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Reforço dos cuidados de saúde mental é essencial durante pandemia - OMS

por Lusa

Copenhaga, 26 mar 2020 (Lusa) -- O reforço dos cuidados de saúde mental durante a pandemia da covid-19 é essencial para dar resposta a necessidades emergentes e inevitáveis, associadas à deterioração do bem-estar psicológico, defenderam hoje especialista da Organização Mundial de Saúde (OMS).

"A saúde mental faz parte da resposta da saúde pública à covid-19", afirmou Aiysha Malik, especialista do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OMS, sublinhando que "todas as pessoas que possam estar mais vulneráveis a experienciar a deterioração da sua saúde mental devem ter acesso" a estes cuidados.

Aiysha Malik falou hoje numa entrevista conjunta transmitida `online` a partir de Copenhaga, em que participou também o diretor regional para a Europa da OMS, Hans Kluge, que reconheceu que a pandemia terá importantes consequências no bem-estar psicológico das pessoas.

"É absolutamente natural que cada um de nós sinta stress, ansiedade, medo e solidão durante este período", reconheceu, acrescentando que é essencial que os governos e as autoridades de saúde deem resposta aos desafios de saúde pública mental, não só agora, mas também no rescaldo da pandemia.  

A conversa transmitida na página de Facebook da OMS-Europa foi a primeira de uma série de entrevistas `online` semanais e centrou-se na necessidade de apoio à saúde mental e ao bem-estar psicológico durante este período.

Sobre o tema, Aiysha Malik sublinhou que as situações de elevado `stress` criadas por emergências como esta têm efeitos negativos na saúde mental, em particular, de pessoas mais vulneráveis com problemas pré-existentes, nas populações mais velhas que são também mais vulneráveis ao novo coronavírus, e até nos casos de pessoas que recuperaram da doença e se encontram sujeitas a uma maior estigmatização.

No entanto, a especialista em saúde mental acredita que além das respostas necessárias das autoridades de saúde e dos governos, também a comunidade pode desempenhar um papel importante no apoio ao bem-estar psicológico, elogiando iniciativas solidárias que promovem a colaboração na ajuda aos mais vulneráveis.  

"Podemos estar a experienciar este `stress` de forma coletiva, mas também podemos nos apoiar uns aos outros coletivamente", exclamou, sugerindo que uma das coisas mais importantes que as pessoas podem fazer num momento como o atual é manter o contacto com os outros. "O distanciamento social não implica que nos afastemos das nossas redes sociais", afirmou.

Hans Kluge concordou que nesta fase o importante é "agir com bondade" e adiantou que a OMS já preparou um conjunto de materiais específicos sobre a covid-19 para informar e orientar os países e o público em relação às necessidades de apoio psicossociais resultantes da situação epidemiológica atual.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com quase 260.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 7.503 mortos em 74.386 casos registados até quarta-feira.

 

MYCA // HB

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