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Refém israelita resgatado com vida em Gaza

por Cristina Sambado - RTP
Hostages Families Forum Headquarters / AFP

O exército israelita anunciou esta terça-feira que resgatou Kaid Farhan Alkadi, um árabe com cidadania israelita, que tinha sido feito refém na Faixa de Gaza durante "uma operação complexa" no sul do território palestiniano.

O exército e o Shin Bet, os serviços secretos israelitas, “resgataram o refém Kaid Farhan Alkadi, 52 anos, de Rahat”, uma cidade beduína do deserto do Negev, “que tinha sido raptado pela organização terrorista Hamas e levado para a Faixa de Gaza no dia 7 de outubro”, declarou o exército em comunicado.

"O seu estado de saúde é estável e está a ser transferido para o hospital para novos exames médicos", disse o exército israelita, que já informou a família de Alkadi sobre o resgate.

Estamos a fazer tudo para salvar os reféns”, declarou o chefe das Forças Armadas, o tenente-general Herzi Halevi.

Kaid Farhan Alkadi trabalhava como segurança no Kibbutz Magen, uma das comunidades ao redor da Faixa de Gaza que foram atacadas por combatentes liderados pelo Hamas em 7 de outubro, segundo o Fórum das Famílias dos Reféns.


O Presidente israelita Isaac Herzog saudou “o êxito do resgate” e descreveu a sua libertação como “um momento feliz para o Estado de Israel e para a sociedade israelita”, segundo um comunicado do seu gabinete.

Das 251 pessoas raptadas a 7 de outubro, 104 continuam detidas em Gaza, e 34 foram declaradas mortas pelo exército.

“Os outros reféns não podem dar-se ao luxo de esperar por outro milagre deste género (...) um acordo negociado é a única forma de avançar”, defendeu o Fórum das Famílias dos Reféns esta terça-feira.

“Apelamos à comunidade internacional para que mantenha a pressão sobre o Hamas para que aceite o acordo e liberte todos os reféns”, acrescenta o comunicado.

Estão atualmente em curso negociações entre Israel e o Hamas, através de mediadores do Catar, do Egito e dos Estados Unidos, com vista a alcançar um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns israelitas em troca de prisioneiros palestinianos.
Ordens israelitas para evacuar Faixa de GazaNos últimos dias, Israel emitiu várias ordens de evacuação em toda a Faixa de Gaza, o maior número desde o início da guerra de 10 meses, provocando um protesto dos palestinianos, das Nações Unidas e dos responsáveis pela ajuda humanitária sobre a redução das zonas humanitárias e a ausência de áreas seguras.

Residentes e famílias deslocadas na cidade de Khan Younis, no sul do país, e em Deir Al-Balah, no centro de Gaza, onde se concentra atualmente a maior parte da população, afirmaram ter sido obrigados a viver em tendas que se encontram na praia.


As autoridades de saúde palestinianas disseram que os ataques israelitas mataram nove palestinianos em Bureij e Maghazi, dois dos oito campos de refugiados históricos de Gaza, enquanto outro ataque matou cinco pessoas em Khan Younis e um terceiro matou outras três em Rafah.

Mais de 40.400 palestinianos foram mortos na guerra, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. O aglomerado populacional foi devastado e a maior parte dos seus 2,3 milhões de habitantes foram deslocados várias vezes e enfrentam uma grave escassez de alimentos e medicamentos, segundo as agências humanitárias.
Operações da ONU suspensas Na segunda-feira, as operações de ajuda das Nações Unidas em Gaza foram interrompidas depois de Israel ter emitido novas ordens de evacuação no domingo para Deir Al-Balah, onde o centro de operações da ONU estava localizado, avançou um funcionário das Nações Unidas.

A ordem de evacuação foi dada no momento em que a ONU está a preparar uma campanha para vacinar cerca de 640 mil crianças em Gaza contra a poliomielite, depois de ter sido identificado pelo menos um caso da doença.

c/agências


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