Durante os funerais de jovens mortos em manifestações no Irão foram aparecendo vídeos nas redes sociais de manifestante que alegadamente pegaram fogo à casa do antigo ayatollah Khomenei. No entanto, meios de comunicação do Irão negam o incêndio mas confirmam que uma multidão se juntou perto da casa de Khomenei.
Remarkable: Protestors in Iran torched the ancestral home (now a museum) of Ayatollah Khomeini, the father of the 1979 revolution, in the town of Khomein. pic.twitter.com/ikWMVVfzfM
— Karim Sadjadpour (@ksadjadpour) November 18, 2022
A Reuters não conseguiu confirmar a data dos vídeos e o portal digital 1500Tasvir explicou à agência noticiosa que o incidente decorreu na última quinta-feira, na cidade natal de Khomenei, Khomein, a sul de Teerão.
A casa do antigo ayatollah foi convertida em museu e o Tasnim, meio de comunicação iraniano, já veio indicar que as notícias não são verdadeiras, já que a casa do antigo líder iraniano, que morreu em 1989, tem as portas abertas ao público.
O sucessor, o ayatollah Ali Khamenei, tem estado sob grande pressão nos últimos tempos, com protestos a nível nacional contra o regime. Em causa está a morte de Mahsa Amini que foi presa e torturada pela polícia da moralidade depois de não ter bem colocado um véu islâmico.
O portal 1500Tasvir tem mostrado vídeos que mostram muitos manifestantes em várias cidades, onde se pode ouvir “morte a Khamenei”. Numa outra cidade pode ver-se manifestantes a arrancarem um sinal de uma rua que tinha o nome do antigo ayatollah Khomenei.
Os protestos desta sexta-feira aconteceram na cidade de Izeh, província do Kuzistão. A imprensa alinhada com o regime iraniano diz ter-se tratado de um ataque terrorista mas imagens e vídeos mostrados pelo portal 1500tasvir mostram que os manifestantes entoaram cânticos contra o atual líder do Irão.
O funeral foi de um menino de nove anos e nas imagens aparece uma mulher, que alegadamente é a mãe do menino, a acusar a polícia de ter morto o seu filho na quarta-feira. No entanto, a Reuters diz que não conseguiu verificar a veracidade dos vídeos.
De acordo com a organização Iran Human Rights (IHR), sedeada em Oslo, os protestos no Irão, considerados pelo regime como “motins”, levaram à prisão de mais de 15 mil pessoas.