Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Rebeldes do Iémen disparam três mísseis na direção do Mar Vermelho

por Lusa
Yahya Arhab - EPA

Os rebeldes Huthis do Iémen lançaram na sexta-feira à noite três mísseis em direção ao Mar Vermelho, sem que tenha havido feridos ou dados em qualquer navio, disse hoje o exército dos Estados Unidos.

O Comando Central dos Estados Unidos (Centcom) disse que três mísseis balísticos antinavio foram disparados de áreas do Iémen controladas pelos Huthis entre as 20:30 e 22:50 (das 17:30 às 19:50 em Lisboa).

Num comunicado divulgado na rede social X, o Centcom, responsável pelo Médio Oriente, sublinhou que "não houve feridos ou danos relatados por navios dos EUA, da coligação" ou da marinha mercante.

Os Huthis começaram por lançar vários ataques contra território israelita e contra navios com alguma ligação a Israel, na sequência da ofensiva na Faixa de Gaza.

Israel e o Hamas estão em guerra desde 07 de outubro de 2023, quando operacionais do grupo islamita palestiniano fizeram um ataque sem precedentes em solo israelita, matando cerca de 1.200 reféns.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que já causou cerca de 31.500 mortos, segundo o governo do Hamas.

Líderes do Hamas e dos Huthis reuniram-se na semana passada para discutir a coordenação das suas ações contra Israel, adiantaram na sexta-feira fontes palestinianas à agência de notícias France-Presse.

Durante a reunião com as fações palestinianas, os Huthis, apoiados pelo Irão, "confirmaram que continuariam as suas operações no Mar Vermelho" para "apoiar a resistência palestiniana", garantiram também as mesmas fontes do Hamas e da Jihad Islâmica, que falaram sob a condição de anonimato.

O Hamas, a Jihad Islâmica e os Huthis fazem parte, nomeadamente, do "eixo de resistência", um agrupamento de movimentos hostis a Israel e aos Estados Unidos apoiado pelo Irão e que inclui também o Hezbollah libanês e as milícias iraquianas.

Os Huthis controlam a capital do Iémen, Saná, e outras áreas no norte e oeste do país desde 2015.

As ações dos Huthis obrigaram muitos armadores a suspender a passagem pelas rotas marítimas do Mar Vermelho, levando os Estados Unidos a reunir uma coligação internacional para garantir a segurança nesta zona.

Em resposta, os rebeldes do Iémen começaram também a atacar navios ligados aos Estados Unidos e ao Reino Unido.

Segundo o Fundo Monetário Internacional, o transporte marítimo de contentores através do Mar Vermelho diminuiu quase 30% num ano.

Antes da guerra, entre 12% e 15% do tráfego mundial passava pela rota do Mar Vermelho, de acordo com a União Europeia.

Num discurso na quinta-feira à noite, o líder dos rebeldes Abdel Malek al-Houthi frisou que os Huthis vão "continuar e expandir o intuito das operações", para evitar que navios "atravessem o oceano Índico e vão da África do Sul para o cabo da Boa Esperança".

Em guerra há mais de uma década, o Iémen é considerado o país mais pobre da Península Arábica.

 

Tópicos
PUB