Rangel em Israel. Portugal defende solução de dois Estados

por Inês Moreira Santos - RTP
Lusa

O ministro português dos Negócios Estrangeiros está em Israel, numa visita diplomática que começou em Jerusalém e prevê ainda uma deslocação à Cisjordânia. Depois de reunir com o homólogo israelita, Paulo Rangel reiterou o apoio de Portugal a uma solução de dois Estados.

“Gostaria de começar por reiterar a nossa condenação aos ataques que deram início ao conflito a 7 de outubro e as violações do direito internacional, perpetradas pelos ataques do Irão e dos seus seguidores”, começou Paulo Rangel, numa conferência de imprensa ao lado de Gildeon Sa'ar.

“Gostaria de reiterar a nossa determinação de combater o antissemitismo, independentemente de onde ele aconteça. É um sintoma muito prejudicial das nossas sociedades”
, continuou.Reconhecendo os laços de amizade entre Portugal e Israel, Rangel voltou a defender que a “solução de dois Estados”.

 “Todos damos as boas-vindas ao acordo de cessar-fogo”.

“É um acordo bastante frágil, mas ainda assim um sinal de esperança”, sublinhou, referindo-se ao entendimento que permitiu a libertação de reféns.

Este acordo de cessar-fogo em vigor na região “é um farol de esperança e é também o caminho para a construção de uma solução para este conflito”.
O ministro português condenou ainda “o tratamento não humanitário dos reféns”, porque a diplomacia portuguesa acredita que “os Direitos Humanos são aplicados a todos”.

“Enfatizamos que se deve seguir esta linha do cessar-fogo e passar para a segunda fase”, continuou e apelou à manutenção da garantia de ajuda humanitária “com a quantidade e a qualidade que possa chegar à população que vive na Faixa de Gaza”.

As relações internacionais também tiveram espaço no discurso de Rangel que sublinhou ainda a importância do "diálogo com a União Europeia".“É importante dar continuidade a esta ajuda”, assim como aos esforços de diálogo. “Instamos todos os atores internacionais a ajudar”.

Na perspetiva do governante português, “esta é a única forma de alcançar um consenso, um acordo e de garantir a segurança de Israel, que está sob ameaça de diferentes atores para além do Hamas”.

Paulo Rangel lembrou ainda a "comunidade israelita" que existe em Portugal e que também sofre com a guerra no Médio Oriente.

“Devemos trabalhar para garantir uma paz duradoura no futuro, o que levará tempo, mas tem de ser alcançado no cumprimento do direito internacional e do direito humanitário internacional”, repetiu os apelos. “Queremos que haja paz nesta região”.
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