Barbados, um pequeno país na ilha das Caraíbas, anunciou esta quarta-feira a intenção de se tornar uma República até 2021 e, por isso, dispensar a rainha Isabel II como Chefe de Estado.
“Chegou a hora de deixar totalmente para trás o nosso passado colonial. Queremos um chefe de Estado barbadiano”, disse a governadora de Barbados, Sandra Mason.
Num discurso escrito pela primeira-ministra Mia Mottley, o executivo sublinha que “os barbadianos querem um chefe de Estado barbadiano”. A passagem a República será uma “declaração de confiança no que somos e naquilo que somos capazes de alcançar”. Barbados ganhou a independência em 1966, mas optou por manter a rainha Isabel II – soberana de 16 Estados – como Chefe de Estado.
O discurso fez ainda referência a Errol Barrow, o primeiro primeiro-ministro nomeado após a independência, que defendia que o país não deveria “perder tempo nas premissas coloniais”. “Esse aviso é tão relevante hoje quanto era em 1966”, disse a governadora de Barbados. “Tendo alcançado a independência há mais de meio século, o nosso país não pode ter dúvidas sobre a sua capacidade de autogoverno”, sublinhou a governadora.
Uma fonte do Palácio de Buckingham, citada pela BBC, avança que “a ideia não surgiu do nada” e “foi discutida e falada publicamente várias vezes”.
Barrow não foi o único a defender o afastamento da monarquia. O antigo primeiro-ministro de Barbados, Freundel Stuart, defendia também “uma mudança de um sistema monárquico para uma República num futuro próximo”.
Barbados não é a primeira ex-colónia britânica a abandonar a monarquia, mas é o primeiro país a fazê-lo em quase três décadas.
Entre as ex-colónias nas Caraíbas, Guiana deu o mesmo passo em 1970, menos de quatro anos depois de se ter tornado independente da Grã-Bretanha. Trindade e Tobago também dispensaram Isabel II em 1976 e dois anos depois, o mesmo acontecia em Dominica.