Duas rádios de Bissau denunciaram que dois dos seus jornalistas foram vítimas de agressões por parte da polícia quando cobriam uma vigília de alguns professores em conflito com o Governo.
Através das redes sociais, as rádios Capital FM (emissora privada) e Sol Mansi (da Igreja Católica) denunciaram que os jornalistas Turé da Silva e Carabulai Cassamá (vulgo Alexandre) foram vítimas de agressões policiais.
"Turé da Silva, apesar de estar devidamente identificado, utilizando colete visível e crachá de serviço da Rádio Sol Mansi, foi alvo de socos e bofetadas, além de ter o telefone da rádio, utilizado na cobertura, confiscado pelas autoridades", afirmou, em comunicado, a emissora católica.
A direção da rádio Capital FM relatou as circunstâncias da alegada agressão ao seu profissional, responsabilizando o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, pelo sucedido.
"Mais uma vítima do regime do general do Exército Umaro Sissoco Embaló. Carabulai Cassamá (Alexandre), jornalista da Rádio Capital FM, foi brutalmente espancado hoje por agentes da polícia", adiantou a direção da rádio.
Segundo a estação, Carabulai Cassamá "é, por sinal, filho de um oficial do exército" guineense e "é a sexta vítima da agressão física" por parte da polícia aos profissionais da Capital FM nos últimos quatro anos.
"Estamos a contar aos dedos", sublinha, em comunicado, a estação dirigida pelo jornalista Lassana Cassamá, correspondente da Voz da América na Guiné-Bissau.
A estação adiantou que o jornalista foi hospitalizado, recebeu assistência médica e encontra-se já na sua residência, em Bissau.
A rádio Sol Mansi lamentou que os dois profissionais tenham sido agredidos enquanto cumpriam sua missão de informar.
A Lusa tentou, sem sucesso, obter uma reação do Ministério do Interior.
Na quinta-feira, o Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs) e a Liga Guineense dos Direitos Humanos vão promover uma conferência para abordar o que classificam como "ataques criminosos deliberados" contra os dois jornalistas.