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Quinto ataque. Biden admite que bombardeamentos não travam Houthis

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Erik S. Lesser - EPA

Os Estados Unidos realizaram um quinto ataque contra os rebeldes Houthis do Iémen, na quinta-feira, apesar de Joe Biden reconhecer que os bombardeamentos não estão a travar os ataques no Mar Vermelho. Logo após os comentários de Biden, os Houthis atacaram um navio mercante norte-americano no golfo de Aden.

O conflito entre os rebeldes do Iémen e os EUA continua, apesar de o presidente norte-americano ter admitido que não estão conseguir travar os ataques no Mar Vermelho.

Na quinta-feira, os Estados Unidos voltaram a atacar, pela quinta vez, alvos Houthi no Iémen. Segundo a Casa Branca, as forças norte-americanas “destruíram uma série de mísseis anti-navio Houthi” que “estavam apontados para o sul do Mar Vermelho e preparados para serem lançados”.

"As forças dos EUA identificaram os mísseis em áreas do Iémen controladas pelos Houthi" por volta das 15h40 (hora local), "e determinaram que eram uma ameaça iminente aos navios mercantes e aos navios da Marinha dos EUA na região", disse o Comando Central dos EUA em comunicado.

"As forças dos EUA posteriormente atacaram e destruíram os mísseis em legítima defesa”, acrescentou.


Durante uma conferência de imprensa após os ataques, o presidente dos Estados Unidos admitiu, porém, que os ataques de Washington contra os Houthis não estão a conseguir colocar um travão aos bombardeamentos no Mar Vermelho.

“Quando perguntam se estão a funcionar, estão a perguntar se eles [ataques] estão a travar os Houthis? Não. Eles vão continuar [com os ataques]? Sim”, disse Biden aos jornalistas em Washington.

Houthis voltam a atacar navio dos EUA
Logo após os comentários do presidente norte-americano, os rebeldes iemenitas lançaram um novo ataque com mísseis contra um navio mercante de bandeira norte-americana no golfo de Aden.

Washington confirmou o ataque, avançando que a tripulação do Chem Ranger "viu mísseis caírem na água perto do navio" e "não registou feridos ou danos", tendo "prosseguido na rota".

Este é o terceiro ataque da semana contra navios dos EUA e o quarto em geral desta semana. Na quarta-feira, outro navio de propriedade norte-americana também foi atingido, horas depois de Washington ter redesignado os Houthis como organização terrorista, recuperando sanções retiradas em 2021.

Em resposta, os Houthis consideraram “uma honra” serem designados como grupo terrorista e estarem em “confronto direto” com Israel, EUA e Reino Unido.

"A designação dos Estados Unidos não tem qualquer valor e isso não mudará a posição do Iémen em apoio à Palestina. Pelo contrário, consideramos que se trata de uma medalha de honra por apoiar a resistência palestiniana em Gaza, enquanto os EUA exercem a sua agressão contra o Iémen", afirmou o porta-voz rebelde, Mohamed Abdelsalam, na rede social X, na quarta-feira.

Os Houthis começaram a atacar navios mercantes em novembro sob o argumento de que estavam a agir em solidariedade com os palestinianos na Faixa de Gaza. Desde então, os rebeldes do Iémen desencadearam dezenas de ataques a navios-tanque comerciais que atravessavam o Mar Vermelho, uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo. O movimento diz ter como alvo navios que suspeitam estarem ligados a Israel.

Em resposta, os EUA e o Reino Unido lançaram uma onda de ataques aéreos e marítimos contra dezenas de alvos Houthi a 11 de janeiro.

c/ agências
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