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Quem são os políticos afetados pelo coronavírus em todo o mundo?

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Justin Lane - EPA

O novo coronavírus já infetou mais de 134 mil pessoas em todo o mundo, com vários governantes ou deputados incluídos nesta lista. Em Portugal não existe, para já, nenhum político infetado pelo Covid-19, mas há quem esteja em quarentena. O Irão, por sua vez, é o país com mais casos de infeção pelo coronavírus no círculo político e o único onde se registaram, inclusivamente, mortes.

No caso concreto português, não existem até ao momento casos registados de infeção pelo Covid-19 por parte de qualquer governante ou deputado.

O Presidente da República encontra-se em quarentena desde o dia 8 de março, apesar de os testes realizados terem sido negativos
. Marcelo Rebelo de Sousa decidiu entrar em quarentena domiciliária depois de ter sido confirmado como caso positivo um aluno de uma turma pertencente a uma escola de Felgueiras que foi recebida em Belém recentemente.

Também Assunção Cristas anunciou na quinta-feira que decidiu optar pela quarentena depois de ter estado em contacto com uma pessoa infetada com Covid-19. Esta sexta-feira anunciou que o resultado ao teste foi negativo. “Ainda assim, apesar de não ter sintomas, devo continuar em casa até perfazer as duas semanas do período crítico”, escreveu a ex-líder do CDS na sua conta do Twitter.


Contrariamente a Portugal, há já muitos políticos no mundo que confirmaram estar infetados pelo novo coronavírus.

Em Espanha, são vários os políticos infetados pelo Covid-19. O primeiro caso a ser confirmado no círculo político foi o da ministra da Igualdade, Irene Montero. A ministra é mulher de Pablo Inglesias, vice-Presidente do Governo espanhol, que foi por isso obrigado a entrar em quarentena.

Depois deste diagnóstico, todos os membros do Executivo foram alvo de testes para despistar a doença. Apenas a ministra da Política Territorial e Função Pública, Carolina Darias, foi testada como positivo.

Também a família real foi subtida a testes, dado que Montero tinha estado reunida com a rainha Letizia uma semana antes de ter confirmado infeção. No entanto, tanto Letizia como Filipe VI tiveram resultados negativos nos testes.

Para além das duas ministras, três políticos do Vox também se encontram infetados: o líder do partido de extrema-direita, Santiago Abascal, o secretário-geral Javier Ortega Smith e o deputado Carlos Zambrano.

Em França, o quadro é semelhante. Franck Riester, ministro da Cultura, anunciou no Twitter a 10 de março que testou positivo para o Covid-19 e que passaria a trabalhar a partir de casa.

A lista de casos confirmados por infeção estende-se até vários deputados franceses. Jean-Luc Reitzer, do partido Os Republicanos, é o que se encontra num estado mais grave. O deputado está internado numa unidade de cuidados intensivos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também esteve sob suspeitas de estar infetado, depois de ter contactado com uma pessoa que testou positivo. No entanto, o resultado dos testes foi negativo.

Em Itália, o país mais afetado da Europa, apenas foi anunciado um caso de um político infetado pelo Covid-19 até ao momento. Trata-se de Nicola Zingaretti, líder do Partido Democrático e também presidente da região de Lazio.

Zingaretti anunciou num vídeo publicado no Facebook que estava infetado, acrescentando que estava bem e que permaneceria isolado em casa nos próximos dias.


O ministro da Indústria de Itália, Stefano Patuanelli, também se colocou em isolamento depois de um dos seus assessores ter confirmado infeção pelo Covid-19. Attilio Fontana, governador da região de Lombardia – uma das áreas mais afetada no país – optou pela mesma decisão.

No Reino Unido, apenas é conhecido o caso confirmado por infeção de Nadine Dorries, secretária de Estado da Saúde. Dorries anunciou na passada terça-feira, em comunicado, que está contaminada pelo novo coronavírus e que se colocou em isolamento domiciliário. Um deputado da oposição que esteve em contacto com a dirigente do Ministério da Saúde britânico também foi aconselhado pelas autoridades de saúde a ficar em isolamento.

Apesar disso, uma porta-voz do Parlamento britânico comunicou que “no momento, não existem planos para suspender o Parlamento”.

Na Roménia - onde existe um total de 64 casos confirmados e nenhuma morte - todos os membros do Governo, incluindo o primeiro-ministro Ludovic Orban, entraram esta sexta-feira em quarentena durante 14 dias após um senador do Partido Nacional Liberal (PNL) ter sido diagnosticado com Covid-19.

Também foram postos em quarentena todos os membros do conselho executivo do PNL, liderado pelo primeiro-ministro, que continuará os trabalhos isolado numa das residências oficiais.

Já no Brasil, o Presidente Jair Bolsonaro anunciou esta sexta-feira que o seu teste ao Covid-19 foi negativo. Bolsonaro foi submetido a exames depois de o secretário de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten, ter sido diagnosticado com a doença, na quinta-feira.


A confirmação de Bolsonaro contraria uma notícia na rede de televisão Fox News, dos Estados Unidos, que tinha informado previamente que o primeiro resultado tinha sido positivo. Depois de comunicar o resultado negativo do seu teste, o Presidente do Brasil deixou uma mensagem de crítica aos jornalistas: “Não acredite na mídia ‘fake news’! - são eles que precisam de vocês!”.

Bolsonaro já tinha entrado em guerra com os meios de comunicação ao afirmar num dos seus discursos que a pandemia do coronavírus se trata de “uma pequena crise” e de uma “fantasia” divulgada pelos meios de comunicação.

"Obviamente temos no momento uma crise, uma pequena crise. No meu entender, muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propaga pelo mundo todo", afirmou o Presidente brasileiro.

Nos Estados Unidos não existem, até ao momento, casos confirmados de Covid-19 no círculo político. Apenas dois senadores e quatro republicanos entraram voluntariamente em quarentena depois de terem estado em contacto com uma pessoa infetado pelo coronavírus.

Levantou-se a dúvida de infeção no caso do Presidente Donald Trump e do vice-Presidente Mike Pence por terem estado em contacto com Fábio Wajngarten, o porta-voz de Bolsonaro que testou positivo. Trump disse não estar “nada preocupado” e a porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham, considerou que não seria obrigatório serem testados dado que “tiveram interações muito reduzidas com o indivíduo cujos testes foram positivos”.

Na quinta-feira, a mulher do primeiro-ministro do Canadá, Sophie Gregoire Trudeau, testou positivo ao novo coronavírus. O gabinete de Justin Trudeau anunciou, por isso, que “como medida de precaução, e seguindo o conselho dos médicos, [Justin Tredeau] ficará isolado por um período de 14 dias”.

Justin Trudeau já se tinha colocado em auto-isolamento após a sua mulher ter manifestado sintomas semelhantes aos da gripe depois de ter regressado de um compromisso no Reino Unido na quarta-feira. No mesmo comunicado é anunciado que o primeiro-ministro canadiano encontra-se bem de saúde e sem sintomas.

Depois da China e da Itália, o Irão é um dos países mais afetados pela pandemia e é talvez o que apresenta mais políticos na lista de infetados pelo Covid-19. Vários deputados, funcionários do Governo ou ex-funcionários foram afetados pela doença e alguns morreram.

O vice-ministro da Saúde, Iraj Harirchi, é um dos que testou positivo ao novo coronavírus
, tendo sido visto a transpirar e a tossir em vários eventos antes de anunciar que estava infetado.

Ali Akbar Velayati, conselheiro-chefe do Guia Supremo Iraniano, foi colocado em quarentena depois de ter manifestado sintomas leves.

Todos os políticos iranianos infetados encontram-se, para já, estáveis. No entanto, houve já três mortes no círculo político iraniano relacionadas com o Covid-19: os deputados Fatemeh Rahbar e Fatemeh Rahbar e Mohammad Mirmohammadi, conselheiro do Líder Supremo do Irão.

Na Austrália, o primeiro caso identificado no Governo é do ministro do Interior, Peter Dutton. O ministro confirmou esta sexta-feira ter testado positivo ao Covid-19, depois de uma viagem aos EUA e de ter participado num encontro do Conselho de Ministros três dias antes.

“Hoje de manhã acordei com febre e dores de garganta. Imediatamente contactei o Departamento de Saúde e fui testado. Foi informado hoje à tarde que o teste deu positivo”, anunciou o ministro australiano em comunicado.

“É política das autoridades de saúde que qualquer pessoa que tenha testado positivo seja admitida no hospital e eu cumpri esse conselho. Estou bem e darei informação atualizada oportunamente”, acrescentou Dutton.

c/agências
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