Belo Horizonte, Brasil, 04 jul (Lusa) -- O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, admitiu que a queda do viaduto na zona norte da capital de Minas Gerais, que causou dois mortos, foi provocada por um erro de engenharia, divulgou hoje a imprensa brasileira.
De acordo com o jornal Estado de Minas, Márcio Lacerda fez estas declarações no final da tarde de quinta-feira, após a queda do viaduto, que causou ainda 22 feridos, segundo o último balanço divulgado pela secretaria estadual da Saúde.
O acidente ocorreu cerca das 15:30 (19:30 em Lisboa) quando um viaduto em cimento ruiu sobre quatro veículos, dois camiões, um autocarro e um automóvel, a cerca de cinco quilómetros do estádio do Mineirão, que vai receber um jogo das meias-finais do Mundial de futebol, na terça-feira.
"Evidentemente, no futuro, depois de tudo investigado, vai descobrir-se algum erro de engenharia, seja do projeto, seja da construção. Mas isso não é o mais importante no momento. O importante é darmos toda a assistência possível às famílias das vítimas", disse o prefeito de Belo Horizonte, que também é engenheiro.
"O viaduto ainda estava em obras, ou seja, não estava aberto ao tráfego e não tinha sido entregue à prefeitura. Então, naturalmente, serão feitas todas as perícias e um inquérito judicial precisa ser aberto também, porque houve vítimas", indicou ainda Lacerda.
"Essa análise será feita com todo o cuidado. Neste momento, estamos a tomar as providências para demolir o viaduto para que se reabra uma, duas ou todas as vias da avenida o mais rápido possível", acrescentou.
Uma das vítimas mortais é o motorista do autocarro e a outra é o condutor do automóvel, que só foi retirado esta madrugada pelos bombeiros. Nos camiões, que estavam relacionados com a obra, não havia ocupantes.
Lacerda classificou a obra como de "alta complexidade" e disse que todo o projeto foi acompanhado pela prefeitura e executado por uma empresa conceituada na área, a Cowan.
Em nota oficial, a prefeitura informou que um comité composto por técnicos da secretaria municipal de Obras e Infraestrutura, da Defesa Civil, da Cowan e da Consol, empresa responsável pelo projeto, foi convocado na quinta-feira para fazer um levantamento das causas do acidente e elaborar um diagnóstico para definir as providências que serão tomadas.
O viaduto que desabou, que passava sobre a avenida Pedro I, uma das mais importantes de Belo Horizonte, estava em fase final e a construção começou há perto de um ano, integrando um plano geral de trabalhos para o Mundial de futebol (de 12 de junho a 13 de julho), de acordo com as autoridades locais.
O outro viaduto ao lado do que desabou, que também está em construção, sofreu algumas intervenções, pois foi afetado pela queda.
A prefeitura de Belo Horizonte decretou luto oficial de três dias.
Na quinta-feira, a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, manifestou "solidariedade para com as famílias das vítimas".