Angola registou, entre janeiro e maio de 2021, 3.799.458 casos de malária e 5.573 óbitos, representando um acréscimo de casos, mas uma redução de mortes face ao período homólogo, segundo a ministra da Saúde angolana.
Silvia Lutucuta apresentou hoje os dados numa conferência de imprensa em Luanda, notando que a malária tem sofrido um ligeiro incremento no número de casos nos últimos três anos, com ligeiro decréscimo do número de óbitos.
Os casos reportados este ano, com uma taxa de letalidade de 0,1%, significam mais 322.717 casos e menos 102 óbitos relativamente aos primeiros cinco meses de 2020.
Entre janeiro e março de 2021, face ao mesmo período de 2020, a situação da malária foi de baixa intensidade e, a partir de abril, após a época chuvosa houve um aumento superior ao registado no mesmo período de 2020, adiantou a governante.
A malária é a principal causa de morte do país, afetando mais as mulheres grávidas e as crianças com menos de 05 anos, em termos de mortalidade.
No caso das famílias vulneráveis, a anemia severa e a malnutrição são complicações frequentemente associadas à malária, provocando maior número de óbitos.
Por esta altura, continuou Sílvia Lutucuta, as províncias mais afetadas são Luanda, Lunda Norte, Malanje, Uíje, Bié, Benguela, Huambo e Huíla onde tem havido uma procura elevada da população, aumentando a pressão assistencial nas unidades sanitárias, mais visível no atendimento pediátrico.
Alem da malária, que é endémica, é de grande preocupação para o executivo angolano, atualmente, a dengue, que ocorre em muitos casos associada à chikungunya ou catolotolo, à leptospirose e à covid-19.
Neste período foram notificados 249 casos de dengue, sem óbitos, sendo a província mais atingida o Namibe, e 533 casos de chinkungunya ou catolotolo.
As principais medidas preconizadas para estas doenças passam pela eliminação dos focos criadores de mosquitos, através de ações enérgicas de saneamento ambiental e combate químico, através do uso de inseticida nas áreas infestadas, bem como sensibilização da população para a mudança de comportamentos ambientais, de forma a tratar as causas e não as consequências, acrescentou Silvia Lutucuta.
O Ministério da Saúde (Minsa) está a reforçar as suas orientações metodológicas, cabendo às províncias e municípios a sua operacionalização. Está também a implementar um plano de contingência multissetorial de resposta à malária, bem como um plano emergencial relativo às arboviroses, a reforçar a vigilância e a busca de casos, bem como a logística para o tratamento de casos e melhoria de fluxos para atendimento de doentes.
Foi iniciada em Benguela, Luanda e Huambo, a criação de unidades-satélite para tratamento de malária e dengue, sobretudo nas unidades pediátricas, disse ainda a responsável do ministério.