"Quanto mais cedo melhor". Putin não recusa solução diplomática para guerra na Ucrânia
Vladimir Putin deu esta quinta-feira uma conferência de imprensa em Moscovo, um dia depois de o presidente ucraniano ter visitado os Estados Unidos, onde foi anunciado o envio de um sistema antimísseis para apoiar a Ucrânia. O presidente russo garantiu que Moscovo tem capacidade para aumentar o ritmo de produção de armamento e alertou que o Ocidente “não tem armamento ilimitado”. Putin declarou ainda que Moscovo quer “acabar com a guerra” na Ucrânia e não recusa uma solução diplomática.
Vladimir Putin garantiu que o exército russo encontrará um "antídoto" para o sistema de defesa aérea Patriot que os Estados Unidos pretendem fornecer à Ucrânia, e referiu-se a esse sistema como “bastante antigo”.
"Quanto ao Patriot, é um sistema bastante antigo. Não funciona como o nosso [sistema russo] S-300. Mas nossos adversários assumem que é uma arma defensiva”, disse Putin.
Vladimir Putin salientou que a Rússia tem capacidade para aumentar o ritmo de produção de armamento e lembrou que o “Ocidente não tem armamento ilimitado”. “Quanto às nossas reservas e munições, estão a esgotar-se claro, mas a diferença entre nós e o adversário consiste no facto de que os ucranianos estão à beira de esgotarem as suas armas e munições, enquanto nós temos recursos suficientes e conseguimos não prejudicar outros recursos da nossa economia”, disse Putin.
“Podemos não ter drones suficientes, mas temos reservas e recursos e sabemos quanto e quando podemos produzir”, acrescentou.
Putin garantiu que deseja que o conflito termine e afirmou que “quanto mais cedo, melhor”, mas mantém os objetivos de ocupação da Ucrânia, em particular da Crimeia.
Putin afasta cenário de crise económica
Putin falou ainda sobre as sanções impostas pelo Ocidente, nomeadamente o limite do preço do petróleo russo por parte da União Europeia. O presidente russo afastou um cenário de crise económica e garantiu que Moscovo não terá prejuízos.
“Não vejo nenhum prejuízo em especial para a Rússia, para a sua economia e para a indústria petrolífera”, disse Putin.
“Dá para perceber que o objetivo dos opositores e adversários políticos da Rússia é limitar as receitas russas, mas não vejo isso. Não há prejuízos para o orçamento federal da Rússia”, reiterou. Em relação ao limite do preço do petróleo a 60 dólares por barril, o presidente Vladimir Putin disse que pretende assinar um decreto na próxima segunda ou terça-feira como resposta.
Sobre o limite do preço do gás, imposto por Bruxelas na segunda-feira, Putin volta a sublinhar que “não vai levar a resultados nenhum” e alerta que este é um caminho “que pode levar à ruína do setor energético”.
Na quarta-feira, durante a visita a Washington, Volodymyr Zelensky realçou que uma "paz justa" para terminar com a guerra da Rússia contra a Ucrânia não implica "nenhuma cedência" na integridade territorial ucraniana.
Em resposta, Joe Biden garantiu que partilha a mesma visão pela "independência da Ucrânia" e garantiu continuar a ajudar Kiev para ganhar a guerra.
"Queremos que esta guerra acabe, e, como dissemos, isso não irá acontecer agora (…). Vamos ajudar a Ucrânia a ganhar no campo de batalha, o que não pode acontecer sem a nossa ajuda", destacou o presidente norte-americano.
Para além de os EUA terem confirmado, pela primeira vez, o envio do sistema de defesa antiaérea Patriot, Joe Biden anunciou também na quarta-feira o envio de um novo pacote de ajuda à Ucrânia no valor de cerca de 45 mil milhões de dólares.