A Coreia do Norte testou um novo míssil balístico tático capaz de transportar uma ogiva de grandes dimensões, anunciou hoje a agência de notícias oficial norte-coreana, com os analistas a sugerirem que poderá ter capacidade nuclear.
Pyongyang lançou na segunda-feira um míssil Hwasong-11Da-4.5, capaz de transportar uma ogiva de grandes dimensões, com um peso de 4,5 toneladas, informou a KCNA.
"O teste de disparo foi realizado com um míssil equipado com uma ogiva pesada simulada, a fim de verificar a estabilidade de voo e a precisão de disparo a um alcance máximo de 500 quilómetros e a um alcance mínimo de 90 quilómetros", disse a agência.
O exército sul-coreano tinha anteriormente descrito os testes de segunda-feira como o disparo de dois mísseis balísticos de curto alcance, um dos quais terá falhado no início do voo.
Os testes foram efetuados depois de o regime de Kim Jong-un ter protestado contra as manobras militares conjuntas de Seul, Tóquio e Washington na semana passada. Pyongyang denunciou a aliança como uma "versão asiática da NATO" e alertou para "consequências fatais".
O líder norte-coreano comprometeu-se, num congresso do partido único em 2021, a desenvolver várias armas avançadas, incluindo uma ogiva muito grande, um satélite espião militar e mísseis balísticos intercontinentais de combustível sólido.
O míssil testado é uma "ogiva muito grande", disse a KCNA, que não menciona a palavra "nuclear", observou Hong Min, analista sénior do Instituto Coreano para a Unificação Nacional, em Seul.
"Mas como é capaz de transportar uma ogiva nuclear, pode ser considerada uma arma nuclear", disse à agência de notícias AFP.
As relações entre as duas Coreias estão atualmente no ponto mais baixo desde há vários anos. Pyongyang está a intensificar os testes de armamento e a enviar balões cheios de resíduos para o Sul.
Entretanto, o exército sul-coreano anunciou que tinha retomado os exercícios de fogo real perto da fronteira com o Norte.
As tropas sul-coreanas dispararam cerca de 140 cartuchos de obuses K9 e K105A1 em campos de tiro situados a menos de cinco quilómetros da linha de demarcação que atravessa o meio da zona desmilitarizada que separa as duas Coreias, disse o exército.