Putin fixa conquista do Donbass como prioridade, mas afirma disposição para negociar

por RTP
EPA

Vladimir Putin afirmou esta quinta-feira que a incursão ucraniana em solo russo falhou o objetivo de abrandar a ofensiva russa no Donbass. A conquista desta área é “prioridade número um” para o presidente russo, enquanto afirma em simultâneo a disponibilidade para negociar.

"Se estamos prontos para negociar com eles? Nunca recusámos", disse Putin num fórum económico em Vladivostok, no Extremo Oriente russo.

"Se surgir um desejo de negociar [por parte da Ucrânia], não recusaremos`, acrescentou, apesar de ter excluído quaisquer conversações tendo em conta a ofensiva da Ucrânia, em agosto, contra a região russa de Kursk.
O chefe de Estado russo ressalvou, no entanto, que as conversações terão de se basear nas conclusões das negociações que tiveram lugar na primavera de 2022, em Istambul, que nunca chegaram a ser conhecidas.

"O objetivo do inimigo [ao atacar Kursk] era deixar-nos nervosos e agitados, para que pudéssemos redistribuir as nossas tropas de uma área para outra e parar a nossa ofensiva em áreas-chave, particularmente no Donbass, cuja libertação é a nossa prioridade número um", disse Putin. 

“A estratégia funcionou? Não!”, acrescentou.

“Pelo contrário”, reiterou. “ Ao transferir unidades bem treinadas para essas áreas de fronteira, o inimigo enfraqueceu-se em áreas-chave, sobretudo no Donbass”, ao mesmo tempo que não conseguiu o seu objetivo, já que os russos não mobilizaram tropas que estão na Ucrânia para aquela zona. 

“Não há ação neste momento contra a nossa ofensiva”, afirmou Putin, reclamando avanço na cidade de Pokrovsk, nó ferroviário e rodoviário crucial para a logística das forças ucranianas nesta região do leste da Ucrânia.

Putin afirmou ainda que as forças russas “estabilizaram a situação e começaram gradualmente a expulsar” o exército ucraniano de Kursk.
Apoio a Kamala Harris
Putin garantiu esta quinta-feira “apoiar” a candidata democrata Kamala Harris, atual vice-presidente dos Estados Unidos, para as eleições presidenciais norte-americanas de novembro.

Ontem mesmo Washington acusou Moscovo de interferência eleitoral, acusação rejeitada pelos russos.

O presidente dos EUA, Joe Biden, “recomendou aos seus eleitores que apoiassem a Sra. Harris, por isso iremos apoiá-la também”, disse o líder russo.


“Em segundo lugar, ela tem uma risada tão expressiva e contagiante que mostra que ela se portará bem”, acrescentou.

O presidente russo acrescentou que Trump, que esteve na Casa Branca de 2017 a 2021, impôs “mais sanções à Rússia do que qualquer presidente”. Kamala Harris “talvez evite fazer esse tipo de coisa”, disse.

Antes do aqbandono de Joe Biden da corrida pela Casa Branca em favor de Harris, Putin disse que preferia o atual inquilino da Sala Oval a Donald Trump.

No entanto, o ex-presidente americano é acusado pelos seus detratores democratas de ser um admirador de Vladimir Putin.

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