Em direto
Incêndios em Portugal. A situação ao minuto

Putin elogia tropas russas por "impedirem uma guerra civil"

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Sergei Guneev - Pool via Reuters

Vladimir Putin discursou esta terça-feira perante 2.500 militares russos. No seu discurso, o presidente da Rússia elogiou as forças de segurança por terem “evitado uma guerra civil”, uma situação que classificou de “extremamente perigosa”.

Depois do seu primeiro discurso à nação na noite de segunda-feira, na sequência da rebelião do fim de semana do grupo Wagner, o presidente russo voltou a discursar, desta vez durante uma homenagem às forças de segurança russas.Perante 2.500 militares russos, Vladimir Putin enalteceu as suas tropas pela forma como responderam à rebelião do grupo paramilitar.


“Vocês defenderam a Constituição, a vida e a liberdade dos nossos cidadãos. Vocês salvaram a nossa pátria de ser abalada. Vocês praticamente impediram uma guerra civil", disse Putin.


"Perante uma situação difícil, vocês agiram com clareza, de maneira bem coordenada, provando a vossa lealdade ao povo da Rússia e ao juramento militar, mostrando responsabilidade pelo destino da pátria e pelo seu futuro", acrescentou.

O presidente russo disse que as forças de segurança “não vacilaram” na resposta à insurreição do grupo Wagner e salientou que não foi necessário deslocar unidades militares da frente da batalha com a Ucrânia.

“Eles não vacilaram e honradamente cumpriram a ordem e o seu dever militar”, afirmou Putin.
Ao lado de vários membros do Kremlin, nomeadamente do ministro da Defesa, Sergei Shoigu, Putin salientou que “o povo russo e o exército não estavam do lado dos amotinados”, referindo-se aos mercenários do Wagner.

Putin terminou o discurso com um minuto de silêncio em honra dos pilotos das aeronaves abatidas pelo Grupo Wagner nas 24 horas de rebelião, salientando que mostraram “coragem e auto-sacrifício”.


Não há informações oficiais sobre quantos pilotos morreram ou quantas aeronaves foram abatidas durante a rebelião do Wagner. Vladimir Putin garante, por sua vez, que não houve vítimas civis durante o avanço do grupo paramilitar em direção a Moscovo, no sábado.
Kremlin garante que liderança de Putin não foi abalada
O Kremlin rejeitou esta terça-feira que o motim do grupo Wagner do passado fim de semana tenha abalado o poder de Putin, alegando que tais afirmações “não têm qualquer relação com a realidade”.

Vários líderes ocidentais, nomeadamente dos EUA e da União Europeia, têm defendido que a rebelião do grupo de mercenários revela fraquezas no governo de Putin e foi o mais duro golpe ao seu poder desde que tomou posse, em 2000.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse não concordar com estas opiniões e disse haver “muita histeria entre especialistas, pseudo-especialistas, cientistas políticos e pseudo-políticos”.

“Também se está a espalhar por alguns novos meios de comunicação social histéricos e na Internet. Não tem qualquer relação com a realidade", acrescentou.

Peskov disse, por sua vez, aos jornalistas que a rebelião apenas demonstrou “a força do nível de união da sociedade em torno do presidente”.

"O nível de união demonstrado pela sociedade, partidos políticos, militares, representantes da sociedade civil, líderes religiosos, crentes e outros em torno do presidente é muito alto", garantiu o porta-voz do Kremlin.O Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia anunciou esta terça-feira que retirou as acusações criminais contra o grupo paramilitar Wagner, liderado por Evgueny Prigozhin. Agências russas também anunciaram que o grupo vai entregar o seu equipamento militar pesado ao Ministério da Defesa.


Prigozhin chegou a acordo com o Kremlin no sábado, com a mediação do presidente bielorrusso, que estabelece que o líder do Wagner fique exilado na Bielorrússia, em troca de imunidade para si e para os seus mercenários.

O paradeiro de Prigozhin é desconhecido, mas alguns meios de comunicação bielorrussos relataram que um jato particular pertencente a Prigozhin aterrou na Bielorrússia na manhã desta terça-feira. No entanto, nem ele nem as autoridades bielorrussas confirmaram estes dados.

c/ agências
Tópicos
PUB