Putin decreta cessar-fogo unilateral na Ucrânia durante a Páscoa
O presidente russo, Vladimir Putin, decretou um cessar-fogo unilateral na Ucrânia entre as 16h00 deste sábado (hora de Lisboa) e o final de domingo, numa trégua temporária devido ao período de Páscoa. Volodymyr Zelensky respondeu que os ataques com drones revelam a verdadeira atitude de Moscovo em relação à vida das pessoas e assegurou que as ações ucranianas irão espelhar as russas.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, veio já afirmar que os drones russos nos céus do seu país demonstram a verdadeira atitude de Moscovo em relação à Páscoa e à vida das pessoas.
"A defesa aérea e a aviação ucranianas já começaram a trabalhar para nos proteger. Os drones Shahed nos nossos céus revelam a verdadeira atitude de Putin em relação à Páscoa e à vida humana", acrescentou.
"Putin fez agora declarações sobre a sua alegada disponibilidade para um cessar-fogo de 30 horas em vez de 30 dias", continuou. "Sabemos que as suas palavras não são de confiança e por isso vamos olhar para as ações e não para as palavras".
Ukraine’s position remains clear and consistent: back in Jeddah on March 11, we agreed unconditionally to the U.S. proposal of a full interim ceasefire for 30 days.
— Andrii Sybiha 🇺🇦 (@andrii_sybiha) April 19, 2025
Russia refused, and the Russian refusal to the United States has already lasted 39 days. Instead, the Moscow…
A primeira foi em abril de 2022, por iniciativa do secretário-geral da ONU, António Guterres, mas acabou por não se concretizar porque a Rússia considerou que um cessar-fogo daria ao Exército ucraniano a oportunidade de se reagrupar e rearmar.
No ano seguinte, em janeiro de 2023, o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa instou ambas as partes a suspenderem as hostilidades até à Páscoa e a Rússia declarou uma trégua de 36 horas, mas esta foi denunciada como uma "armadilha" pela Ucrânia e os combates prosseguiram.
Após o anúncio acerca do cessar-fogo temporário, a Rússia avançou que trocou mais de 240 prisioneiros com a Ucrânia, incluindo soldados feridos que necessitam de tratamento de emergência.
"No final do processo de negociação, 246 militares russos foram repatriados do território controlado pelo regime de Kiev. Em contrapartida, foram entregues 246 prisioneiros de guerra das forças armadas ucranianas", para além de 31 feridos ucranianos e 15 russos, anunciou o Ministério da Defesa da Rússia no Telegram.
"A maior parte do território na região onde ocorreu a invasão [ucraniana] foi agora libertada. São 1.260 quilómetros quadrados, ou seja, 99,5 por cento do território", indicou o chefe do Estado-Maior russo, Valery Guerasimov.