O Presidente russo, Vladimir Putin, apoiou hoje a reeleição do governador interino da região ucraniana anexada de Lugansk, Leonid Pásechnik, ainda antes das eleições de 10 de setembro, que se realizarão apesar da guerra.
"Em relação às próximas eleições, é uma tarefa difícil, organizar esse trabalho nas condições em que você se encontra. Mas com a ajuda da administração federal, vai conseguir, sem dúvida", disse Putin, numa reunião realizada no Kremlin e transmitida pela televisão estatal russa.
Segundo o Presidente, "o mais importante em qualquer campanha eleitoral é mostrar ao povo que todos estão preparados e capazes de resolver as tarefas que enfrentam, no interesse das pessoas que vivem no território".
Putin descreveu a situação na frente de batalha na Ucrânia - onde o Exército comandado por Kiev está há dois meses a realizar uma contraofensiva - como estável.
"Às vezes vejo o que o lado adversário está a fazer e tenho a impressão de que eles não têm consideração pelos seus soldados, empurrando-os para campos minados, sob o fogo da nossa artilharia", comentou Putin.
A agência de notícias oficial russa RIA Novosti informou que Putin reuniu de madrugada com o governador interino da região anexada de Zaporijia, Yuri Malashko, que informou o Presidente sobre os preparativos para as eleições.
"Estamos a preparar medidas adicionais destinadas a garantir a segurança durante as eleições", garantiu o líder interino do sul de Zaporijia, onde as tropas ucranianas recuperaram várias cidades desde o início da contraofensiva, em 04 de junho.
As eleições parlamentares, regionais e municipais estão programadas para 10 de setembro na Rússia, no âmbito das quais serão eleitos representantes locais nas regiões ocupadas de Donetsk, Luhansk, Zaporijia e Kherson.
Perante esta decisão, o Parlamento da Ucrânia aprovou uma moção que pede à comunidade internacional para não reconhecer estas eleições.
Os deputados ucranianos denunciaram que a Rússia transformou o seu sistema eleitoral numa "ferramenta para justificar a agressão armada contra o país vizinho e a legalização da anexação ilegal de territórios temporariamente ocupados e para minar a confiança nas instituições democráticas".