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Protestos em Israel. Manifestantes cortaram estradas em várias cidades

por Inês Moreira Santos - RTP
EPA

Israel foi palco de mais um dia de protestos. Centenas de milhares de israelitas manifestaram-se em Telavive e noutras localidades, exigindo um acordo de cessar-fogo depois de terem sido confirmadas as mortes de mais seis reféns em Gaza. Os manifestantes cortaram estradas em várias cidades e foram confirmadas algumas detenções. Estava também prevista uma greve geral para esta segunda-feira, mas acabou por ser cancelada por um tribunal israelita.

Os milhares de manifestantes bloquearam, ainda durante a manhã, várias estradas em Israel, como ponto de partida do dia de greve geral que visava exigir um cessar-fogo na Faixa de Gaza que garantisse o regresso dos sequestrados pelo grupo islamita Hamas. 

Horas depois do início dos protestos e da paralisação, o Tribunal do Trabalho de Israel decidiu que a greve geral devia terminar ao princípio da tarde, quando estava prevista cessar só ao final do dia. A instituição judicial ordenou a antecipação do fim da greve nacional na sequência de um pedido do Ministério Público, alegando que um recurso tinha natureza política e não respondia a uma exigência laboral.

Instituições de ensino, seis bancos do país e algumas empresas apoiaram a greve geral, que ficou marcada pela normalidade nas ruas de cidades como Jerusalém e Telavive. O Aeroporto Internacional Ben Gurion, na capital israelita, interrompeu as partidas de voos durante apenas duas horas, até as retomar por volta das dez da manhã.

“As famílias dos reféns apelam à população que tome uma atitude e que se junte na sua luta para acabar com o abandono e trazer os seus entes queridos de volta para casa”, lê-se no apelo emitido no domingo pelo Fórum das Famílias de Reféns e Sequestrados, que indicava os pontos de encontro para os protestos.

Nas imagens divulgadas pelos organizadores, via-se mais de uma centena de pessoas num cruzamento da estrada de Ra’anana, no centro de Israel, a cerca de 15 quilómetros de Telavive, a hastear bandeiras enquanto grande parte do trânsito permanecia interrompido.

“Há sangue nas mãos do Governo”, gritavam os manifestantes na estrada de Ra’anana.

No norte de Telavive, uma centena de pessoas também se dirigiu ao cruzamento de Namir Rokah para bloquear o trânsito, enquanto na cidade central de Modiin, os manifestantes leram os nomes da lista de reféns na escadaria da Câmara Municipal. De acordo com os meios de comunicação locais, os bloqueios causaram atrasos no trânsito durante vários minutos ao longo da manhã.
Protestos nas residências de Netanyahu
Após o cancelamento da greve geral, a organização que representa os familiares dos reféns israelitas anunciou que estavam vários protestos programados para o anoitecer, incluindo junto da residência oficial e da casa particular do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu

A polícia israelita deteve alguns manifestantes em Telavive, adianta ainda o Guardian.

Estes protestos enquadraram-se no primeiro dia da greve geral convocado pelo Histadrut, o maior grupo sindical de Israel, afetando os transportes, as instituições de ensino, os bancos, câmaras municipais, entre outros organismos. No total, de acordo com estimativas do jornal Haaretz, cerca de 300 mil pessoas manifestaram-se no domingo em Telavive, num das maiores protestos de sempre para exigir a Netanyahu um cessar-fogo na Faixa de Gaza e o retorno dos reféns israelitas.

Entretanto, a Administração Biden renovou a pressão para se chegar a um acordo e deverá apresentar um plano de cessar-fogo final a Israel e ao Hamas nas próximas semanas.

Se as duas partes não aceitarem o novo acordo, que teria sido desenvolvido em conjunto com mediadores do Egito e do Qatar, segundo um alto funcionário da administração norte-americana ao Washington Post, isso poderá marcar o fim das negociações com a participação dos Estados Unidos.

Questionado sobre esta informação, o presidente norte-americano, Joe Biden, apenas comentou: “Estamos perto de um acordo para libertar os reféns, mas não creio que Netanyahu esteja a fazer o suficiente”.
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