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Protestos contra atribuição de vitória à Frelimo em Maputo

por Lusa
Os moçambicanos continuam a protestar nas ruas Luísa Nhantumbo - Lusa

A capital moçambicana é esta quinta-feira o epicentro de um protesto convocado pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane contra a vitória atribuída, nas eleições gerais de 9 de outubro, à Frelimo e ao seu candidato, Daniel Chapo.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou em 24 de outubro a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975), na eleição para Presidente da República de 9 de outubro, com 70,67% dos votos.

Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas afirmou não reconhecer estes resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

Após protestos nas ruas nos dias 21, 24 e 25 de outubro, que paralisaram o país, o candidato Venâncio Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais nas ruas que degeneraram em violência e intervenção da polícia.

Venâncio Mondlane designou a paralisação geral de sete dias, que culmina hoje com uma manifestação nacional em Maputo, como a terceira etapa da contestação aos resultados das eleições gerais de 9 de outubro.

Os confrontos de rua resultaram em pelo menos dez mortos, dezenas de feridos e 500 detidos, segundo o Centro de Integridade Pública, uma organização não-governamental moçambicana que monitoriza os processos eleitorais.

O ministro da Defesa Nacional de Moçambique, Cristóvão Chume, reconheceu na terça-feira sinais de "intenção firme e credível de alterar" a ordem constitucional, avisando que, se o escalar da violência continuar, as Forças Armadas serão chamadas a "proteger" o Estado.

"Se o escalar da violência continuar não se coloca outra alternativa senão mudarmos as posições das forças no terreno e colocarmos as Forças Armadas a proteger aquilo que são os fins do Estado", disse o ministro, numa conferência de imprensa em Maputo, assumindo que neste momento os militares estão no terreno apenas no apoio às restantes forças de segurança e à população.

 

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