A prostituição infantil atinge pelo menos 927 dos 5.561 municípios brasileiros e o Estado mais rico do país, São Paulo, é o que apresenta o maior número de casos (93), segundo um estudo divulgado hoje.
Realizado pela Universidade de Brasília em parceria com a Secretaria Nacional de Direitos Humanos e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o estudo divulgado hoje pelo jornal "O Globo" ajuda a derrubar o mito de que o problema da exploração sexual de crianças e adolescentes se concentra nas regiões mais miseráveis.
Depois de São Paulo, com 93 casos registados de exploração sexual de crianças e adolescentes, surge Minas Gerais, com 92.
As regiões Sul e Sudeste, onde há maior concentração de rendimentos no Brasil, apresentam, segundo o levantamento, 43,2 por cento dos casos registados entre 2002 e 2004.
É o Nordeste, entretanto, a região do país onde há mais prostituição infantil, com ocorrências em 289 cidades (31,1 por cento).
"Os números não estão necessariamente vinculados à pobreza, mas à vulnerabilidade social, que é um conceito mais complexo. O problema acontece em várias classes sociais, económicas e culturais", explicou ao "Globo" a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Leal.
Segunda a professora, o problema está ligado à violência dentro da família, ao trabalho infantil e às drogas.