Procurador-Geral do Brasil pede a prisão do líder do Senado e do ex-presidente José Sarney
O procurador-geral da República do Brasil pediu a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, do senador Romero Jucá, do ex-presidente José Sarney e do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. As solicitações foram enviadas ao Supremo Tribunal Federal e configuram um novo ato inédito na história da democracia brasileira.
É um novo capítulo na já longa série política brasileira. A Procuradoria-Geral da República pediu esta terça-feira, pela primeira vez na história do Brasil, a detenção de um ex-Presidente da República.
O homem em causa é José Sarney, que sucedeu a Fernando Collor de Mello na liderança do país. Sarney foi Presidente entre 1985 e 1990, sendo do PMDB, o partido do atual Presidente Michel Temer.
No caso de Sarney, é pedido a sua detenção em prisão domiciliária com recurso a pulseira eletrónica, sendo invocada a sua já avançada idade (86 anos).
A justiça brasileira estreia-se também ao pedir a prisão de um presidente do Congresso em exercício. O procurador Rodrigo Janot solicita que Renan Calheiros, líder do Senado e também ele do PMDB, seja detido e abandone a presidência da câmara alta.

Romero Jucá (à esq.) e Renan Calheiros (à dta.) Foto: Adrian Machado - Reuters
Segundo A Folha de São Paulo, a base para os pedidos de prisão são as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, envolvendo personalidades do PMDB. “As conversas sugerem que há uma trama para atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobrás”, escreve o diário.
No mesmo caso está ainda o senador Romero Jucá, também ele do PMDB, e cuja detenção também é pedida pelo procurador Rodrigo Janot. Jucá foi durante poucos dias ministro do Planeamento do Executivo de Michel Temer, tendo sido afastado do cargo depois das escutas terem sido tornadas públicas.
“Estancar a sangria”
Em causa estão conversas que ocorreram em março e foram divulgadas no fim de maio por A Folha de São Paulo. Os diálogos, gravados de forma oculta revelam Jucá a sugerir a Machado que “uma mudança” no Governo Federal resultaria num pacto para “estancar a sangria” representada pela Operação Lava Jato, na qual ambos estão a ser investigados.
Num dos diálogos, Sérgio Machado fala sobre o risco de as denúncias se tornarem mais frequentes a partir de uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça que autorizou prisões de segunda instância. Para o ex-presidente da Transpetro, isso poderia provocar um “efeito cascata e o aumento das denúncias”.
Na conversa, Sérgio Machado afirma que novas denúncias na Operação Lava Jato não “deixariam pedra sobre pedra”.
Segundo A Folha de São Paulo, a justiça investiga o desvio de 70 milhões de reais das contas da Transpetro, subsidiária da Petrobrás que assegura o transporte de petróleo no Brasil.
Deste bolo, 30 milhões de reais terão sido entregues a Renan Calheiros. Romero Jucá e José Sarney terão recebido 20 milhões de reais cada um.
Numa primeira reação às notícias, Calheiros negou em comunicado qualquer tentativa de obstrução à justiça, classificando o pedido de prisão de “desarrazoada, desproporcional e abusiva”.
Por sua vez, Romero Jucá qualifica a decisão da Procuradoria de absurda. O senador e ex-ministro do Planeamento manifesta-se nega qualquer tentativa de “confundir as investigações”
Prisão para Eduardo Cunha
A Procuradoria pede ainda a prisão de Eduardo Cunha, depois de este ter já sido afastado da liderança da Câmara dos Deputados por decisão judicial.
Segundo a imprensa brasileira, a PGR considera que o afastamento de cunha da presidência da assembleia não o impediu de continuar a tentar interferir nas investigações. É nesse âmbito que é pedida a sua detenção.
Em comunicado, Eduardo Cunha classificou já a decisão da Procuradoria de “absurda".
O homem em causa é José Sarney, que sucedeu a Fernando Collor de Mello na liderança do país. Sarney foi Presidente entre 1985 e 1990, sendo do PMDB, o partido do atual Presidente Michel Temer.
No caso de Sarney, é pedido a sua detenção em prisão domiciliária com recurso a pulseira eletrónica, sendo invocada a sua já avançada idade (86 anos).
A justiça brasileira estreia-se também ao pedir a prisão de um presidente do Congresso em exercício. O procurador Rodrigo Janot solicita que Renan Calheiros, líder do Senado e também ele do PMDB, seja detido e abandone a presidência da câmara alta.
Romero Jucá (à esq.) e Renan Calheiros (à dta.) Foto: Adrian Machado - Reuters
Segundo A Folha de São Paulo, a base para os pedidos de prisão são as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, envolvendo personalidades do PMDB. “As conversas sugerem que há uma trama para atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobrás”, escreve o diário.
No mesmo caso está ainda o senador Romero Jucá, também ele do PMDB, e cuja detenção também é pedida pelo procurador Rodrigo Janot. Jucá foi durante poucos dias ministro do Planeamento do Executivo de Michel Temer, tendo sido afastado do cargo depois das escutas terem sido tornadas públicas.
“Estancar a sangria”
Em causa estão conversas que ocorreram em março e foram divulgadas no fim de maio por A Folha de São Paulo. Os diálogos, gravados de forma oculta revelam Jucá a sugerir a Machado que “uma mudança” no Governo Federal resultaria num pacto para “estancar a sangria” representada pela Operação Lava Jato, na qual ambos estão a ser investigados.
Num dos diálogos, Sérgio Machado fala sobre o risco de as denúncias se tornarem mais frequentes a partir de uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça que autorizou prisões de segunda instância. Para o ex-presidente da Transpetro, isso poderia provocar um “efeito cascata e o aumento das denúncias”.
Na conversa, Sérgio Machado afirma que novas denúncias na Operação Lava Jato não “deixariam pedra sobre pedra”.
Segundo A Folha de São Paulo, a justiça investiga o desvio de 70 milhões de reais das contas da Transpetro, subsidiária da Petrobrás que assegura o transporte de petróleo no Brasil.
Deste bolo, 30 milhões de reais terão sido entregues a Renan Calheiros. Romero Jucá e José Sarney terão recebido 20 milhões de reais cada um.
Numa primeira reação às notícias, Calheiros negou em comunicado qualquer tentativa de obstrução à justiça, classificando o pedido de prisão de “desarrazoada, desproporcional e abusiva”.
Por sua vez, Romero Jucá qualifica a decisão da Procuradoria de absurda. O senador e ex-ministro do Planeamento manifesta-se nega qualquer tentativa de “confundir as investigações”
Prisão para Eduardo Cunha
A Procuradoria pede ainda a prisão de Eduardo Cunha, depois de este ter já sido afastado da liderança da Câmara dos Deputados por decisão judicial.
Segundo a imprensa brasileira, a PGR considera que o afastamento de cunha da presidência da assembleia não o impediu de continuar a tentar interferir nas investigações. É nesse âmbito que é pedida a sua detenção.
Em comunicado, Eduardo Cunha classificou já a decisão da Procuradoria de “absurda".