Pela terceira vez na História dos Estados Unidos, um Presidente passa à fase seguinte do processo para ser destituído. Depois de, na quarta-feira (esta madrugada em Lisboa), a Câmara dos Representantes norte-americana ter aprovado duas acusações contra Donald Trump - abuso de poder e obstrução aos trabalhos do Congresso -, cabe agora ao Senado decidir o futuro do Presidente.
“Se não agirmos agora, estaremos a negligenciar o nosso dever. É trágico que as ações imprudentes do Presidente tornem necessário o impeachment. Ele não nos deu outra escolha”.
João Ricardo de Vasconcelos, correspondente da RTP em Washington
A acusação de obstrução aos trabalhos do Congresso foi aprovada com 229 votos a favor, 198 contra e uma abstenção. Pouco antes, a acusação de abuso de poder foi também aprovada, esta com 230 votos favoráveis, 197 contra e uma abstenção.
As votações marcam o culminar de três meses de investigação dos democratas às suspeitas de que Donald Trump pressionou o homólogo ucraniano a investigar Joe Biden, um dos principais rivais do Presidente nas eleições de 2020, e o seu filho, Hunter Biden.
Na sessão na Câmara de Representantes, Nancy Pelosi assegurou que Donald Trump é uma “ameaça constante à segurança nacional e à integridade das eleições” dos EUA.
Já depois das votações, Pelosi lançou no Twitter uma mensagem a Trump. "Ninguém está acima da lei, senhor Presidente", escreveu, fazendo ainda um apelo à defesa da democracia.
Probabilidade de destituição é baixaNo one is above the law, Mr. President. #DefendOurDemocracy pic.twitter.com/59FND6JZWg
— Nancy Pelosi (@SpeakerPelosi) December 19, 2019
O Presidente dos EUA passará agora a responder pelos dois crimes de que é acusado no Senado, onde os republicanos têm uma clara maioria, ao contrário do que acontece na Câmara dos Representantes.
Esta maioria republicana leva a crer que as hipóteses de destituição de Donald Trump são baixas. Seria necessária uma maioria de dois terços de votos favoráveis no Senado para que Donald Trump fosse o primeiro Presidente dos Estados Unidos a ser demitido.
O julgamento será conduzido pelo juiz John Roberts, mas serão os senadores a servir de juízes, perante os advogados nomeados pelo Presidente.
O líder norte-americano torna-se assim no terceiro Presidente dos EUA a passar à fase seguinte do processo para ser destituído, depois de Andrew Johnson, em 1868 e de Bill Clinton, em 1998, ambos absolvidos no Senado. No momento da votação dos congressistas, Donald Trump encontrava-se num comício em Michigan durante o qual disse “não sentir verdadeiramente que esteja a ser destituído”.
Já no final da sessão na Câmara dos Representantes, a Casa Branca disse estar confiante de que o Senado irá exonerar o Presidente. “Este dia marca o culminar de um dos mais vergonhosos episódios políticos na história da nossa nação”, declarou Stephanie Grisham, porta-voz da Casa Branca.
“Sem receber um único voto republicano, e sem fornecer qualquer prova que prove as acusações, os democratas empurraram contra o Presidente, através da Câmara dos Representantes, artigos ilegítimos para o impeachment”.
“O Presidente está confiante de que o Senado vai restaurar a ordem e a justiça, que foram ignoradas nos procedimentos da Câmara. Ele está preparado para os próximos passos e confiante de que será exonerado”, concluiu.
“Sem receber um único voto republicano, e sem fornecer qualquer prova que prove as acusações, os democratas empurraram contra o Presidente, através da Câmara dos Representantes, artigos ilegítimos para o impeachment”.
“O Presidente está confiante de que o Senado vai restaurar a ordem e a justiça, que foram ignoradas nos procedimentos da Câmara. Ele está preparado para os próximos passos e confiante de que será exonerado”, concluiu.
c/ agências
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