Principal oposição em São Tomé e Príncipe apoia candidatura de ex-ministro Carlos Vila Nova às presidenciais

por Lusa

A Ação Democrática Independente (ADI), líder da oposição em São Tomé e Príncipe, vai apoiar a candidatura do antigo ministro Carlos Vila Nova às eleições presidenciais de 18 de julho, anunciou hoje o secretário-geral do partido.

A decisão foi aprovada numa reunião da comissão política que se reuniu na quinta-feira à noite.

Carlos Vila Nova foi ministro das Obras Públicas, Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente, do anterior governo, liderado por Patrice Trovoada (2014-2018).

"A direção trouxe uma proposta de um candidato que o partido deverá apoiar nas eleições presidenciais de julho que recaiu no engenheiro Carlos Vila Nova", disse Américo Ramos à imprensa.

De acordo com o secretário-geral da Ação Democrática Independente, o seu partido "já vem trabalhando já de algum tempo a esta parte".

"Nós tentámos desenhar um perfil de alguém que se adapta ao cargo de Presidente da República, ao mais alto cargo da nação e se nós olharmos um pouco para a situação sociopolítica de São Tomé e Príncipe neste momento, era preciso que encontrássemos alguém que mobiliza não só os militantes do ADI, mas também a sociedade civil", justificou Américo Ramos.

A ADI vê em Carlos Vila Nova um candidato que, em caso de vencer as eleições de 18 de julho, "consiga fazer uma rutura, fazer uma mudança, consiga apaziguar um pouco a sociedade", que considera estar a viver "um momento bastante crítico com humilhações, perseguições, desavenças, golpes baixos e corrupção".

A indicação de Carlos Vila Nova para concorrer as presidenciais contraria a decisão dos militantes, que preferiam Patrice Trovoada.

"Na agenda do ADI não estava definitivamente definido que seria Patrice Trovoada o candidato. Nós sabemos o que é que Patrice Trovoada representa a nível de São Tomé e Príncipe, a nível do partido, mas o partido tem uma visão aberta e olha principalmente para o povo são-tomense", disse Américo Ramos.

"Por isso é que, ao decidirmos apoiar um candidato, nós não olhamos só para dentro, olhamos para fora e desenhamos um perfil e vimos que neste momento Patrice Trovoada não representa alguém que pudesse trazer essa acalmia, essa mudança total, porque Patrice Trovoada de qualquer forma representa um candidato de amor e ódio", acrescentou o responsável.

Américo Ramos referiu sobre o que considera de "toda a tentativa feita para impedir que ele entrasse no país a nível da justiça, da Lei Eleitoral".

"O ADI pensou em tudo isso, pôs em cima da mesa tudo o que é o mais importante para o povo e para São Tomé e Príncipe e escolheu o seu candidato", concluiu o responsável partidário.

Fonte partidária disse à Lusa que Carlos Vila Nova poderá anunciar a sua candidatura nas próximas horas.

Da parte do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social-Democrata (MLSTP-PSD), no poder, o candidato apoiado será o antigo primeiro-ministro Guilherme Pósser da Costa, mas alguns militantes do partido - a antiga primeira-ministra e candidata nas presidenciais de 2016, Maria das Neves; o antigo líder social-democrata Jorge Amado, a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros do atual Governo, Elsa Pinto, e o coronel na reserva Victor Monteiro - já manifestaram a intenção de avançar com candidaturas independentes às eleições de 18 de julho.

O Presidente atual, Evaristo Carvalho, que foi apoiado pelo ADI em 2016 e a terminar o primeiro mandato, ainda não anunciou se voltará a candidatar-se ao cargo.

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