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Primeiro-ministro israelita apresentou "três pré-requisitos para a paz"

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Ohad Zwigenberg - Pool via Reuters

Num artigo de opinião publicado no Wall Street Journal, esta segunda-feira, o primeiro-ministro israelita apresentou os seus "três pré-requisitos para a paz". Para Benjamin Netanyahu, para que haja paz entre Israel e o Hamas, o movimento islâmico palestiniano deve ser destruído, a Faixa de Gaza deve ser desmilitarizada e toda a sociedade palestiniana deve ser afastada do radicalismo islâmico. Por enquanto, Netanyahu avisa que a guerra com o Hamas "não está perto do fim" e promete expandir a ofensiva em Gaza.

Na opinião de Benjamin Netanyahu, para que a paz seja alcançada no Médio Oriente, o Hamas deve, em primeiro lugar, ser “destruído”.

“Para atingir esse objetivo, as suas capacidades militares devem ser desmanteladas e o seu domínio político sobre Gaza deve acabar”, escreveu o primeiro-ministro israelita num artigo publicado no Wall Street Journal.

“Os líderes do Hamas prometeram repetir o massacre de 7 de outubro. É por isso que a sua destruição é a única resposta proporcional para evitar a repetição de tais atrocidades horríveis. Qualquer coisa menos do que isso garante mais guerra e mais derramamento de sangue”, escreveu Netanyahu, garantindo que “os Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e muitos outros países apoiam a intenção de Israel de destruir o grupo terrorista”.

Em segundo lugar, Netanyahu defende a desmilitarização da Faixa de Gaza, defendendo que o enclave “nunca mais deve ser usado para atacar” Israel.

“Entre outras coisas, isto exigirá o estabelecimento de uma zona de segurança temporária no perímetro de Gaza e um mecanismo de inspeção na fronteira entre Gaza e o Egito que atenda às necessidades de segurança de Israel e evite o contrabando de armas para o território”, afirma Netanyahu.

Respondendo às opiniões que defendem que a Autoridade Palestiniana deve admnistrar a Faixa de Gaza após a guerra, Netanyahu diz que a “expectativa de que a Autoridade Palestiniana desmilitarize Gaza é uma quimera”, acrescentando que Ramallah “não demonstrou nem a capacidade nem a vontade de desmilitarizar Gaza”.

Em vez disso, a Autoridade Palestiniana “financia e glorifica o terrorismo” na Cisjordânia “e educa as crianças palestinianas a ambicionarem a destruição de Israel”.

Desta forma, como terceiro pré-requisito, Netanyahu defende que toda a sociedade palestiniana deve ser afastada do radicalismo islâmico.

“As escolas palestinianas devem ensinar as crianças a valorizar a vida em vez da morte e os imames devem parar de pregar a favor do assassinato de judeus”, defende o primeiro-ministro israelita.

“A sociedade civil palestiniana precisa de ser transformada para que o seu povo apoie a luta contra o terrorismo em vez de o financiar”, afirmou, acrescentando que isso exige “uma liderança corajosa e moral”.

“Quando o Hamas for destruído, Gaza for desmilitarizada e a sociedade palestiniana iniciar um processo de ‘desradicalização’, Gaza poderá ser reconstruída e as perspetivas de uma paz mais ampla no Médio Oriente tornar-se-ão uma realidade”, concluiu Netanyahu. O artigo não inclui como pré-requisito a libertação dos 129 reféns que foram capturados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro e que permanecem detidos pelos terroristas na Faixa de Gaza.

Netanyahu também não menciona a criação de um Estado palestiniano ou uma solução de dois Estados, como tem sido defendido pelo Ocidente. Em vez disso, o primeiro-ministro israelita reiterou a ideia de que Israel assumirá o controlo de Gaza quando o conflito terminar – uma posição que o colocou em desacordo com a Casa Branca, que defende a governação de Gaza por uma Autoridade Palestiniana “renovada e revitalizada”
Guerra “não está perto do fim”
Por enquanto, Netanyahu avisa que a guerra com o Hamas “não está perto do fim” e promete expandir a ofensiva em Gaza.

Dirigindo-se a membros do seu partido Likud, depois de uma visita às tropas em Gaza, Netanyahu afirmou que a guerra “não está perto do fim” e avisou que os combates vão intensificar-se.

“Não vamos parar. Continuamos a lutar e vamos intensificar os combates nos próximos dias”, declarou Netanyahu, reforçando que “será uma longa batalha e não está perto de terminar”.


“Até eles [militares do Hamas] estarem acabados, nada menos do que isso”, disse Netanyahu às tropas israelitas em Gaza.

Por sua vez, o líder do Hamas afirmou que o movimento radical palestiniano está cada vez mais perto de derrotar as forças israelitas.

c/agências
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