Primeira-ministra francesa pediu demissão. Emmanuel Macron aceitou

por Inês Moreira Santos - RTP
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A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, renunciou ao cargo esta segunda-feira. De acordo com a Reuters, o presidente francês aceitou a demissão e não tem ainda um sucessor. A saída da chefe do Governo francês acontece numa altura em que Emmanuel Macron tenta dar um novo impulso ao segundo mandato antes das eleições europeias e dos Jogos Olímpicos em Paris.

Elisabeth Borne apresentou a demissão ao presidente francês Emmanuel Macron, que a aceitou. Os dois reuniram-se esta segunda-feira, no Palácio de Eliseu, num encontro que durou cerca de uma hora e no qual a primeira-ministra lhe comunicou a decisão.

A notícia foi confirmada pelo próprio presidente francês, através de uma mensagem no Twitter.

"O seu trabalho ao serviço da nossa nação foi exemplar. Esteve no nosso projeto com coragem, motivação e determinação", escreveu Macron. "Com todo o nosso coração, obrigada".


As imprensa francesa adianta que, para já, não foi nomeado por Macron ninguém para o cargo de primeiro-ministro. Contudo, já há alguns nomes sugeridos para o lugar. Entre os citados como potenciais candidatos para substituir Borne estão o ministro da Educação, Gabriel Attal, de 34 anos, e o ministro da Defesa, Sebastien Lecornu, de 37 anos - qualquer um dos dois, no caso de ser nomeado, seria o mais jovem primeiro-ministro de França.

O pedido de demissão sede Elisabeth Borne acontece depois de um ano marcado por crises políticas e por reformas no sistema de pensões e na legislação sobre imigração, muito contestadas pela população.´

Nos 20 meses que passou na chefia do executivo, Borne levou a cabo a impopular revisão da lei das pensões (que aumentou a idade de aposentação) e a muito polémica lei da imigração. Na carta de demissão endereçada ao chefe de Estado, Borne defendeu ser “mais que nunca necessário prosseguir as reformas” em França.
A RTP sabe que terá sido a falta de apoio e falta de votos suficientes para aprovar a nova lei da imigração que terá levado Borne a pedir a demissão. A transição para o sucessor da primeira-ministra e o novo Governo deverá acontecer dentro de dias.

Até haver novo primeiro-ministro, Borne e a sua equipa assegurarão a gestão corrente até à nomeação do novo Governo.

A ex-autarca de 62 anos foi a segunda mulher a ocupar o cargo de chefe do executivo na história da República Francesa. Ultrapassou em muito o mandato (10 meses e 18 dias) da sua antecessora, Édith Cresson, nomeada há mais de 30 anos, em maio de 1991, pelo então Presidente, François Mitterrand.

Mas Élisabeth Borne, que tem reputação de ser uma “tecnocrata”, revelou dificuldade em criar uma ligação com os franceses e teve divergências com o chefe de Estado.
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