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Presidente timorense passa por Lisboa antes de chegar à cimeira de Brasília

por Lusa

O Presidente da República timorense, Taur Matan Ruak, sai na quinta-feira de Díli para uma visita oficial ao Brasil, onde participará na cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), tendo prevista uma curta passagem por Lisboa.

Taur Matan Ruak deverá chegar a Brasília no sábado e tem previstos encontros de cortesia com os seus homólogos lusófonos que estarão no encontro que marca a passagem do testemunho da presidência da CPLP de Timor-Leste para o Brasil.

Antes de chegar o Brasil, o chefe de Estado timorense passa durante cerca de 24 horas por Lisbia, onde na sexta-feira condecora os ex-Presidentes da República Mário Soares e Jorge Sampaio com o Grande-Colar da Ordem de Timor-Leste.

Segundo informou a embaixada de Timor-Leste em Lisboa, serão ainda agraciados com a Ordem de Timor-Leste o major-general Arnaldo José Ribeiro da Cruz, o jornalista e autor Arnold S. Kohen, o ex-asessor de Jorge Sampaio Carlos Gaspar e vários timorenses na diáspora.

A Ordem de Timor-Leste reconhece timorenses e estrangeiros que, "tenham contribuído significativamente em benefício de Timor-Leste, dos timorenses ou da Humanidade".

No caso do Grande Colar, tem de ser obrigatoriamente entregue pelo chefe de Estado.

A condecoração de Jorge Sampaio já foi outorgada a 30 de maio de 2009 pelo então Presidente da República, José Ramos-Horta, que agraciou com o mesmo galardão e na mesma altura o ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano e as Nações Unidas.

Já a atribuição do galardão a Mário Soares foi decidida a 03 de agosto por Taur Matan Ruak.

"O dr. Mário Soares é um exemplo de uma longa vida política. Combateu ativamente o fascismo e foi um defensor dos povos colonizados, da autodeterminação. Com a Revolução dos Cravos, teve por mérito próprio a oportunidade de desempenhar vários cargos na política portuguesa", destaca o decreto que atribui a Soares a condecoração.

O texto recorda que durante a sua presidência, Mário Soares "pronunciou-se vezes sem fim a favor do direito inalienável à autodeterminação do povo timorense", tendo, depois do massacre de Santa Cruz, em 1991, escrito ao papa João Paulo II e ido a Roma para falar de Timor-Leste.

Enquanto eurodeputado, "esforçou-se por conseguir que a causa e os direitos do povo timorense fossem reconhecidos no Parlamento Europeu".

Já depois da independência, a Fundação Mário Soares "elaborou e concretizou um projeto de grande relevância para a preservação da memória da heroica luta do povo de Timor-Leste pela sua liberdade", nomeadamente o Arquivo e Museu da Resistência timorense em Díli, refere o texto.

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