Presidente sírio fugiu para Moscovo. Rússia dá asilo a Bashar al-Assad e pede reunião do Conselho de Segurança

por RTP
Reuters

O presidente da Síria e a família estão em Moscovo, segundo fonte do Kremlin. A Rússia vai dar asilo a Bashar Al-Assad, este domingo derrubado do poder na Síria após 24 anos por uma ofensiva de rebeldes liderada pelo grupo islâmico Organização de Libertação do Levante com fações apoiadas pela Turquia.

Bashar al-Assad está em Moscovo, segundo a informação que está a ser avançada pela agencia estatal russa, que cita uma fonte ligada ao Kremlin.

O líder sírio deposto fugiu para a Rússia com a família. Nas últimas horas especulou-se sobre o paradeiro do até agora presidente da Síria. Alguns relatos indicavam que estaria morto.

Agora chega a informação de fugiu para Moscovo, como confirmaram já agências de notícias russas citadas pela AFP.

"Assad e os membros da sua família chegaram a Moscovo. A Rússia, por razões humanitárias decidiu conceder-lhes asilo", referiu aquela fonte do Kremlin, segundo a TASS e a Ria Novosti.

Rússia pede reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU

Moscovo anunciou entretanto que pediu para esta segunda-feira uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para discutir a situação na Síria, após o derrube de Bashar al-Assad.

"Em relação aos últimos acontecimentos na Síria, cuja profundidade e consequências para o país e para toda a região ainda não foram avaliadas, a Rússia solicitou consultas urgentes à porta fechada do Conselho de Segurança da ONU", fez saber o representante adjunto da Rússia na ONU, Dmitri Polianski, no Telegram, acrescentando que a reunião deverá ter lugar já manhã.

O presidente Bashar al-Assad foi derrubado após 24 anos no poder, após a morte do seu pai. Rússia, China e Irão manifestaram preocupação pelo fim do regime, mas a maioria dos países ocidentais saudou o golpe e colocou os seus esforços à disposição para a construção de uma nova Síria.

No culminar de 12 dias de uma ofensiva que foi tomando cidades no caminho para Damasco, este domingo os rebeldes declararam a capital livre de Bashar al-Assad. A coligaçãode forças foi liderada pelo grupo islâmico Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS, em árabe), juntamente com fações apoiadas pela Turquia.

No poder há mais de 50 anos, o partido Baath era para muitos sírios um símbolo de repressão, iniciada pelo pai de al-Assad, Hafez al-Assad, que se manteve no poder até à sua morte em 2000.

Rebeldes garantiram segurança para bases russas na Síria

A Rússia, principal aliado de Bashar al-Assad e envolvido no conflito militar no país desde 2015, tem em Tartous uma base navale e um aeródromo militar em Hmeimim, para os quais já terá recebido garantias dos rebeldes.

A Rússia tem duas grandes bases nas províncias costeiras do país, através das quais opera no Mediterrâneo e Médio Oriente, mas os rebeldes sírios que tomaram Damasco "garantiram a sua segurança", segundo as agências russas TASS e Ria Novosti, citadas pela AFP.

"Os responsáveis russos estão em contacto com os representantes da oposição armada síria e os seus dirigentes garantiram a segurança das bases militares e das instituições diplomáticas russas no território da Síria, afirmou fonte do Kremlin.

c/ Lusa
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