Presidente são-tomense quer "procedimento lógico e definitivo" para definir futuras presidências da CPLP
O Presidente são-tomense, que assumiu hoje a presidência rotativa da CPLP, disse que vai trabalhar durante o seu mandato para definir "um procedimento lógico e definitivo" para a escolha das futuras presidências da organização.
"Ao longo deste biénio trabalharemos com o secretariado executivo de modo a que possamos limar algumas arestas que ainda existem na organização para que se adote efetivamente um procedimento lógico e definitivo de rotatividade para todos os países", disse Carlos Vila Nova, em conferência de imprensa no final da 14ª cimeira dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada hoje na capital são-tomense.
A posição do Presidente são-tomense foi expressa quando questionado pelos jornalistas sobre quando será a vez da Guiné Equatorial de assumir a presidência rotativa da CPLP.
Carlos Vila Nova sublinhou que "a CPLP já existe há algumas décadas" e que "alguns países foram entrando pelo meio", totalizando agora nove Estados-membros "com uma série de observadores associados".
"Isso pode levar também a uma nova dinâmica dentro da própria CPLP, e esta dinâmica pode nos conduzir a uma nova lógica, mas é verdade que a Guiné Equatorial é um membro de pleno direito, e sendo um membro de pleno direito também caberá a sua vez de exercer essa presidência", disse Carlos Vila Nova.
A Guiné-Bissau vai assumir a próxima presidência rotativa da CPLP no mandato entre 2025 e 2027, sucedendo a São Tomé e Príncipe.
Carlos Vila Nova assegurou que não tem "nada contra" esta escolha.
"A CPLP tem mecanismos e regras de procedimentos adotados para a escolha das próximas presidências. Ela baseou-a neste pressuposto e foi de alguma maneira tranquila que se concluiu que era a vez da Guiné-Bissau, o que não houve nada contra, nenhuma posição contra", explicou.
No sábado, em declarações à Lusa, o ministro das Relações Exteriores equato-guineense, Simeón Esono Angue, manifestou a intenção de o seu país presidir à CPLP.
No mesmo dia, o primeiro-ministro português, António Costa, fez escala técnica na Guiné-Bissau, a caminho de São Tomé e Príncipe, e expressou o apoio de Lisboa à presidência da Guiné-Bissau, que foi admitida pelo homólogo guineense, Geraldo Martins.
À chegada a São Tomé, também no sábado, o chefe de Estado português já tinha defendido que deveria ser Bissau a assumir a liderança da organização.
A CPLP, que integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, realizou hoje a 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo, em São Tomé e Príncipe, sob o lema "Juventude e Sustentabilidade".