Presidente guineense diz que manifestações de opositores "não fazem sentido"

por Lusa

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, defendeu hoje que as manifestações populares de opositores ao seu regime "não fazem sentido" perante a sua abertura ao diálogo e disse que não tolerará "a desordem no país".

O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, denunciou hoje que "vários dirigentes" do partido foram detidos em Bissau quando participavam numa manifestação política.

O também presidente eleito e deposto do parlamento guineense afirmou que as detenções ocorreram quando a polícia interveio para dispersar uma passeata que a coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) estava a tentar iniciar pelas ruas de Bissau.

Em declarações aos jornalistas, à saída da reunião semanal do Conselho de Ministros, a que presidiu, Sissoco Embaló afirmou que, por estar aberto ao diálogo, não poderá aceitar que haja indisciplina na Guiné-Bissau.

"As manifestações fazem-se quando se justifica. Pedimos diálogo, porque é que há desordem? O que é que isso vai resolver?", questionou o Presidente guineense.

Umaro Sissoco Embaló lembrou que já começou a auscultar os partidos políticos e coligações com assento no parlamento dissolvido para a marcação das eleições legislativas antecipadas.

Embaló afirmou que na próxima semana vai continuar com as consultas com todos os partidos legalmente constituídos no país e pelo meio reunirá o Conselho de Defesa Nacional.

Para o Presidente guineense, as passeatas ensaiadas pelas coligações PAI-Terra Ranka e API (Aliança Patriótica Inclusiva -- Cabas Garandi) não passam de "ações para incomodar as pessoas nas suas casas".

"Quem quiser fazer passeata que pegue na sua família e vá para as ruas. Estou aberto ao diálogo, agora indisciplina, desordem não podem existir na Guiné-Bissau", referiu Sissoco Embaló.

O chefe de Estado guineense comentou igualmente as recentes agressões pela polícia a dois jornalistas de rádios de Bissau, na quarta-feira, quando cobriam uma vigília de professores.

Embaló observou que desconhecia a situação, mas prometeu que iria informar-se. O Presidente lamenta o incidente com jornalistas, pediu moderação das forças de ordem, mas também que estas sejam respeitadas.

Sissoco Embaló voltou a frisar que "existe hierarquia de Estado" e que na "cabeça do Estado" está o Presidente da República.

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