A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, considerou hoje que uma possível agressão russa à Ucrânia é "uma séria ameaça à paz na Europa", prometendo uma "forte demonstração de apoio" europeu ao povo ucraniano, incluindo assistência financeira.
"Em nome do Parlamento Europeu, deixem-me expressar a nossa solidariedade para com o povo da Ucrânia, que continua a enfrentar a incerteza das últimas semanas e o medo da agressão militar russa. O que estamos a testemunhar é uma séria ameaça à paz na Europa", declarou Roberta Metsola.
Falando no arranque da sessão plenária da assembleia europeia, na cidade francesa de Estrasburgo, a responsável assinalou que, "esta semana, as preocupações sobre a situação na fronteira ucraniana irão dominar as discussões" entre os eurodeputados, nomeadamente com um debate sobre a concessão de 1,2 mil milhões de euros de assistência macrofinanceira à Ucrânia "para apoiar a estabilidade e a resiliência [do país] nas atuais circunstâncias difíceis".
"A Ucrânia é um Estado soberano que deve ser livre de decidir sobre o seu futuro em benefício do seu povo. Ninguém deve minar esse direito. Estamos unidos no nosso respeito pela independência e integridade territorial da Ucrânia", vincou Roberta Metsola.
Nesta semana, o Parlamento Europeu irá, por isso, dar "uma forte demonstração de apoio ao povo da Ucrânia", adiantou a responsável, numa altura em que as tensões geopolíticas se acentuam na fronteira ucraniana.
A tensão entre Kiev e Moscovo aumentou desde novembro passado, depois de a Rússia ter mobilizado mais de 100 mil soldados para perto da fronteira ucraniana, causando alarme na Ucrânia e no Ocidente sobre eventuais preparativos para uma invasão daquela ex-república soviética.
No final de janeiro, a Comissão Europeia anunciou um pacote de ajuda de emergência à Ucrânia de 1,2 mil milhões de euros, visando manter este país "livre e soberano" e apoiar Kiev nas atuais "circunstâncias difíceis", perante a ameaça russa na fronteira.
Desde 2014, a UE e as instituições financeiras europeias já atribuíram mais de 17 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos à Ucrânia, tendo ainda criado um plano de investimentos para o país que visa mobilizar um total de seis mil milhões de euros.
A Ucrânia e a NATO têm denunciado, nos últimos meses, a concentração de um grande número de tropas russas perto da fronteira ucraniana, considerando precisamente tratar-se da preparação de uma invasão.
Os ocidentais receiam uma invasão russa do território do país vizinho, como a de 2014 que culminou na anexação da península ucraniana da Crimeia.
O Kremlin (Presidência russa) rejeita ter uma intenção bélica nestas manobras.