O presidente do Iémen, Abdou Rabu Mansur Hadi, anunciou a transferência de poderes para um novo conselho que irá gerir o país e liderar as negociações de paz com os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão.
"Transferi, de forma irreversível, os meus plenos poderes" para o conselho presidencial, disse Hadi, líder do governo internacionalmente reconhecido e que está no exílio na Arábia Saudita.
Segundo um comunicado transmitido pela imprensa estatal iemenita, o órgão recém-criado inclui um presidente e sete membros e liderará as negociações para estabelecer um cessar-fogo permanente e uma solução política para o conflito.
Hadi demitiu o vice-presidente Ali Mohsen al-Ahmar, cujos poderes foram também transferidos para o conselho presidencial.
O presidente criou ainda uma Autoridade de Consulta e Reconciliação, com 50 membros, para ajudar o conselho presidencial nos esforços de paz.
O cessar-fogo de dois meses no Iémen, que foi proposto pelo enviado especial da ONU para o país, Hans Grundberg, foi aceite na sexta-feira pelas partes em conflito e entrou em vigor no sábado.
Grundberg, disse na quarta-feira que o cessar-fogo levou a uma "redução significativa dos níveis de violência", apesar da persistência de incidentes armados, e que as partes em conflito "querem que a trégua se consolide", o que permitiria avançar nas conversações de paz.
A transferência de poderes acontece no último dia de uma série de consultas intra iemenitas - nas quais os rebeldes não participam - com o objetivo de encontrar um roteiro para pôr fim ao conflito sangrento que provocou milhares de mortos.
Os Huthis, apoiados pelo Irão, recusaram-se a participar nesses encontros, uma vez que o mesmo se realizam na Arábia Saudita, que tem liderado uma coligação militar desde 2015 em apoio ao governo de Abdou Rabu Mansur Hadi.