Presidente da RDCongo alerta para risco de escalada do conflito

por Lusa
Félix Tshisekedi alertou para o perigo da escalada do conflito Ludovic Marin - Pool - EPA

O presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, garantiu que estava em curso "uma resposta vigorosa" no leste do país e alertou para o risco de uma escalada regional do conflito.

Goma, capital da província do Kivu-Norte e principal cidade do leste da RDCongo, foi ocupada pelo grupo armado antigovernamental M23 e por tropas ruandesas, que tomaram o aeroporto na terça-feira.

"Está em curso uma resposta vigorosa e coordenada contra estes terroristas e os seus patrocinadores", disse Tshisekedi, na quarta-feira à noite, num discurso transmitido em directo pela televisão --- o primeiro desde o início da ofensiva.

"O leste do nosso país, particularmente as províncias de Kivu do Norte, Kivu do Sul e Ituri, está a enfrentar um agravamento sem precedentes da situação de segurança", acrescentou o chefe de Estado.

Tshisekedi alertou que a violência corre o risco de conduzir "directamente a uma escalada" na região dos Grandes Lagos.

O rápido avanço do M23 e das forças ruandesas motivou inúmeros apelos da comunidade internacional para que os combates parassem. A ONU, os Estados Unidos, a China, a União Europeia e a vizinha Angola pediram ao Ruanda que retirasse as suas tropas.

Tshisekedi criticou, no entanto, a comunidade internacional: "O seu silêncio e a sua inacção (...) constituem uma afronta" à RDCongo.

Ataques a embaixadas

Na terça-feira, manifestantes atacaram várias embaixadas, incluindo as do Ruanda, acusando este país de lhes ter "declarado guerra" no leste do país, e as da França, Bélgica e Estados Unidos, países criticados pela sua inação nesta crise.

O presidente angolano, João Lourenço, apelou na quarta-feira aos rebeldes do M23 para abandonarem a cidade de Goma e à retirada das forças ruandesas do território da RDCongo para dar estabilidade às populações.

Os combates já deslocaram mais de 500 mil pessoas desde o início de janeiro, segundo o Governo congolês.

 

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