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Presidente da Guiné-Bissau anuncia adiamento das legislativas de 24 de novembro

por Lusa

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, anunciou hoje que vai decretar, na próxima semana, por sugestão do Governo, o adiamento das eleições legislativas antecipadas que havia marcado para 24 deste mês.

Num discurso hoje no comando geral da Guarda Nacional em Bissau, Sissoco Embaló afirmou que entre segunda-feira e terça-feira vai publicar o decreto para "de jure anunciar o adiamento de eleições", que, disse, "já estão adiadas de facto".

"O decreto é apenas uma forma de anunciar, mas as eleições serão adiadas. O Governo propõe ao Presidente e o Presidente não organiza as eleições", disse.

Na sexta-feira, Umaro Sissoco Embaló recebeu no Palácio da Presidência, em Bissau, alguns membros do Governo que lhe demonstraram que não existem condições para a realização de eleições legislativas no próximo dia 24.

O ministro da Administração Territorial e Poder Local, Aristides Gomes disse, na ocasião, que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) estava com dificuldades em cumprir com o cronograma de atividades por si estabelecido e desta forma o escrutínio deveria ser adiado pelo Presidente.

"O Governo, antes de falar com o Presidente, falou com a CNE e com o Supremo Tribunal de Justiça que se atrasou com a lista definitiva de partidos. Toda a gente se atrasou aqui. A única entidade que não se atrasou foi o Presidente da República", disse Umaro Sissoco Embaló.

O Presidente guineense disse que vai convocar os partidos e coligações que se perfilam para as próximas eleições legislativas numa consulta para se encontrar uma nova data da ida às urnas.

O chefe de Estado afirmou que os partidos e coligações que anunciaram que vão iniciar hoje a campanha eleitoral, tendo em conta a data de 24 de novembro, estariam a "fazer teatro ou a provocar desordem".

"Quem for fazer campanha está a fazer teatro. Se o Governo que realiza eleições, o Presidente só assina decreto, diz que não há condições para realizar eleições significa que não há condições", declarou.

"Se não for pelo facto de as pessoas pretenderem provocar ou criar desordem devem saber que o Governo diz que não há condições de fazer eleições", acrescentou.

Umaro Sissoco Embaló disse igualmente que concorda com a ideia de ser criado um Governo de Unidade Nacional e anunciou que vai lançar um diálogo nacional, conforme proposto pelo Movimento das Organizações da Sociedade.

Embaló defendeu que aceita estas ideias, se constituírem saídas para a crise no país.

"Eu (sou) um `Zé Povinho`, coitado, estou aqui à espera do que me dizem que é necessário", sublinhou o Presidente guineense.

Umaro Sissoco Embaló demitiu o Governo saído de eleições legislativas realizadas em junho de 2023 e dissolveu o parlamento, invocando uma "grave crise institucional" no país.

Na altura, Embaló anunciou uma tentativa de golpe de Estado ao mesmo tempo que convocou as eleições legislativas antecipadas.


 

 

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