O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, defendeu esta quinta-feira a imposição de lei marcial como um ato de governação, acusou a oposição de paralisar o governo e negou acusações de rebelião.
"Considerar as medidas de emergência para salvar o país como um ato de rebelião para o destruir põe seriamente em perigo a nossa Constituição e o nosso sistema jurídico", disse Yoon, num discurso à nação, transmitido pela televisão.
"As medidas de lei marcial exercidas pela autoridade legal do presidente para proteger o país e normalizar os assuntos do Estado num estado de paralisia nacional são um julgamento altamente político do presidente", acrescentou.
Yoon defendeu que a lei marcial só está sob a supervisão da Assembleia Nacional e, por isso, aceitou de imediato a votação parlamentar que levou ao levantamento da medida.
O presidente garantiu que "tentou proteger a democracia liberal e a ordem constitucional", contra a "ditadura parlamentar do gigantesco partido da oposição que exerce constantemente violência legislativa com a sua maioria parlamentar".
Yoon descreveu a imposição da lei marcial como uma "decisão constitucional e um ato de governação do presidente, tomado depois de analisar que não havia outro caminho".
"Seja um julgamento político ou uma investigação (policial), irei enfrentá-lo com frontalidade", disse o chefe de Estado, sugerindo não ter qualquer intenção de se demitir.
A oposição da Coreia do Sul agendou para sábado a votação no parlamento de uma segunda moção de destituição contra o conservador Yoon, que no sábado passado escapou por pouco a uma primeira tentativa.
O presidente afirmou que "lutará até ao fim para evitar que as forças e grupos criminosos que têm sido responsáveis por paralisar o governo do país e perturbar a ordem constitucional da nação ameacem o futuro" da Coreia do Sul.
De acordo com uma sondagem realizada pela empresa Realmeter e divulgada pela agência de notícias pública sul-coreana Yonhap, quase 75% da população é a favor da destituição ou demissão de Yoon.