O Presidente da Colômbia disse que o ataque contra uma base militar, atribuído à guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), "é uma ação que praticamente encerra o processo de paz, com sangue".
Gustavo Petro condenou na terça-feira o ataque contra a base de Puerto Jordán, no departamento de Arauca, no leste da Colômbia, que causou a morte de dois soldados e deixou 25 feridos.
"As consequências das ações e do fluxo da história hoje trazem-nos um acontecimento dramático e repetido nos nossos últimos anos, um camião carregado de explosivos, (...) de acordo comos dados que tenho, colocados pelo ELN com quem estávamos em conversações de paz", lamentou Petro.
O Presidente comparou este ataque com um outro, contra a Escola de Cadetes da Polícia Colombiana em Bogotá, que em janeiro de 2019 fez 20 mortos e 68 feridos, suspendendo o diálogo que o Governo mantinha com a guerrilha.
"E é como um futuro eterno, silenciando uma parte do povo e continuando em guerras, matando-se uma e outra vez como se esta fosse a nossa história", lamentou Petro.
"Uma mesa de negociações não pode continuar no meio do sangue dos nossos soldados feridos, da população civil", disse também o ministro do Interior colombiano.
"O ELN não entendeu a mensagem (...) perdeu uma oportunidade histórica de negociar a paz; insiste na violência, insiste em prejudicar os colombianos", acrescentou Juan Fernando Cristo.
Na rede social X (antigo Twitter), o Ministério da Defesa colombiano disse que "o dispositivo militar e médico continua a transportar o pessoal fardado ferido após o ataque terrorista".
As autoridades acrescentaram que 18 dos feridos foram transferidos para a capital, Bogotá, enquanto os restantes continuam a receber cuidados em centros médicos em Tame, Yopal e Arauca.
O ministério disse que 20 dos feridos foram atingidos por estihaços de explosões e sete ficaram "gravemente feridos", após a base ter sido "atacada com engenhos explosivos improvisados lançados de um camião".
"Este ataque terrorista, atribuído ao grupo armado organizado ELN (...) foi levado a cabo perto de uma escola, que pôs em risco a vida de menores, e constitui uma flagrante violação dos direitos humanos e uma grave violação do direito humanitário internacional", lamentou o ministério.
O Governo da Colômbia e o ELN iniciaram conversações de paz em novembro de 2022. Mas o principal sucesso do diálogo, um cessar-fogo bilateral que vigorou durante um ano, terminou sem novo acordo em agosto passado, com a guerrilha a retomar os ataques.
No domingo, dois soldados morreram numa zona rural de Tame, num ataque atribuído ao ELN que os alvejou enquanto estavam num posto de controlo.
A guerrilha também atacou recentemente os oleodutos Caño Limón-Coveñas e Bicentenario, dois dos mais importantes do país.