O presidente da Catalunha, Artur Mas, anunciou hoje que vai renunciar ao cargo, dando lugar ao autarca de Girona, Carles Puigdemont, criticando que se está a dar um passo ao lado em vez de para a frente.
Numa conferência de imprensa convocada depois do anúncio do acordo entre o `Juntos Pelo Sim` e a CUP, Artur Mas garantiu que apesar de não reclamar cargos, está "à disposição do Parlamento da Catalunha para o que for pedido no futuro, à disposição do futuro presidente e do novo Governo da Catalunha", reportou a agência espanhola Efe.
O presidente disse ainda que combinou com a CUP que Puigdemont será empossado na segunda-feira no Parlamento.
Os separatistas catalães chegaram hoje a acordo para a formação de um governo regional e assim evitar novas eleições, o que implica a demissão de Artur Mas.
"Juntos pelo Sim e CUP chegaram a um acordo para formar um governo e assim evitar eleições", disse a fonte do governo regional à AFP ao princípio da tarde.
Na semana passada, o presidente cessante da Catalunha tinha assegurado que ia prosseguir o combate político após a recusa de um partido do campo independentista em legitimar a sua investidura, e que deverá implicar novas eleições.
"Estou muito tranquilo e tenho o desejo de me bater, de seguir em frente", declarou o presidente cessante da Catalunha, uma região de 7,5 milhões de habitantes situada no nordeste de Espanha, no dia seguinte à decisão da Candidatura de Unidade Popular (CUP, extrema-esquerda independentista) que optou por não apoiar a sua investidura.
O "Junts pel Sí" (Juntos pelo sim), a lista independentista de Artur Mas, venceu as eleições de 27 de setembro, garantindo 65 dos 135 lugares no parlamento regional. No entanto, permanecia dependente dos votos de pelo menos dois deputados da CUP, e da abstenção dos restantes oito eleitos por esta formação, para garantir a maioria suficiente que lhe permitisse ser investido.
Após três meses de debate interno, a direção da CUP, respeitando a decisão da maioria dos seus militantes, anunciou no domingo que não apoiará Artur Mas, acusado de ter aplicado medidas de austeridade e de envolvimento do seu partido Convergência Democrática da Catalunha (CDC, liberal), em práticas de corrupção.