Cuba vai "atuar severamente" contra quem "perturbar a ordem" durante o corte de eletricidade que há três dias afeta o país, advertiu o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.
Vestido com um uniforme militar, Díaz-Canel disse, no domingo, no programa noticioso da televisão cubana, que alguns residentes tinham saído à rua no sábado à noite numa tentativa de "provocar a desordem pública".
Todos os responsáveis pelos distúrbios serão processados "com a severidade que as leis revolucionárias preveem", garantiu.
Algumas centenas de milhares de cubanos puderam beneficiar de algumas horas de energia no domingo, antes de todo o sistema elétrico ser novamente paralisado, de acordo com a companhia de eletricidade cubana.
Na quinta-feira, na véspera do apagão, o presidente cubano tinha anunciado que a ilha se encontrava numa "emergência energética" devido às dificuldades em comprar o combustível necessário para alimentar as centrais elétricas, em consequência do agravamento do embargo que Washington impõe à ilha desde 1962.
Nos últimos três meses, os cubanos têm sofrido cortes de energia cada vez mais frequentes, com um défice energético em todo o país de 30%. Na quinta-feira, este défice atingiu os 50%.
Nas últimas semanas, os cortes de eletricidade duraram mais de 20 horas por dia em várias províncias.
A eletricidade em Cuba é produzida por oito centrais termoelétricas obsoletas, algumas das quais avariadas ou em manutenção, bem como por várias centrais flutuantes alugadas a empresas turcas e por geradores.
Os cortes de energia desencadearam as manifestações históricas de 11 de julho de 2021.
Em setembro de 2022, Cuba já tinha sofrido um apagão generalizado depois de o furacão Ian ter atingido a parte ocidental da ilha. O restabelecimento total da eletricidade demorou vários dias na capital e várias semanas em todo o país.