O escritor peruano Mario Vargas Llosa, hoje com 86 anos, foi, ele próprio, candidato à presidência do seu país em 1990, tendo perdido a eleição para Alberto Fujimori, que entretanto se encontra preso e condenado por crimes contra a humanidade.
Llosa vive actualmente em Espanha, adquiriu a nacionalidade espanhola e, nas últimas eleições presidenciais peruanas, apoiou a candidatura direitista de Keiko Fujimori, a filha do seu rival de 1990, contra o candidato de esquerda Pedro Castillo, que acabou por vencer.
Também nas presidencais chilenas do ano passado, Llosa declarou o seu apoio ao candidato de extrema-direita José Antonio Kast contra o candidato de esquerda Gabriel Boric, que igualmente ganhou o escrutínio.
Llosa tem-se pronunciado sobre outros pleitos eleitorais em Espanha, na Argentina e na Bolívia, sempre a favor de candidatos direitistas que acabam derrotados, o que levou o politólogo Daniel Guisado a ironizar que o seu apoio a Bolsonaro é uma boa notícia para Lula, porque faz considerar mais provável a sua vitória.
Apesar de se declarar apoiante de Jair Bolsonaro, Llosa teceu ao presidente em exercício algumas críticas, em especial sobre o seu desprezo pelas vacinas como meio de combate à pandemia: "É uma loucura, é absurdo opor-se [a elas] como ele tem feito. A mim, parece-me inteiramente irresponsável".