O primeiro-ministro polaco recebe, na quinta-feira, o presidente francês para discutir a situação na Ucrânia e as conversações que moderou no fim de semana, em Paris, entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky. De acordo com o próprio Donald Tusk, as negociações de paz para pôr cobro à guerra iniciada com a invasão russa podem começar já este inverno.
Desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, a Polónia assumiu o apoio à vizinha Ucrânia. Agora, a um mês de assumir a presidência rotativa da União Europeia, quer acelerar as negociações de paz para que comecem já no inverno.
“A nossa presidência [da UE] será notavelmente corresponsável pelo futuro cenário político, talvez em como a situação ficará durante as negociações [de paz], que podem começar — embora ainda haja pontos de interrogação — no inverno deste ano”, afirmou ainda no Parlamento polaco. Tusk, um forte aliado da vizinha Ucrânia, falou na terça-feira com presidente ucraniano e vai receber o presidente francês, na quinta-feira. Zelensky, após a conversa, agradeceu o “apoio inabalável da amiga Polónia e a implementação do novo pacote de ajuda militar”.
“Discutimos o progresso da Ucrânia no caminho para a integração europeia e as prioridades da presidência de seis meses da Polónia no Conselho da UE”, escreveu ainda na rede social X, acrescentando que pretendem “coordenar melhor” as “ações conjuntas”.
I spoke with Polish Prime Minister @donaldtusk.
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) December 10, 2024
I thanked him for the unwavering support of friendly Poland and the implementation of the new military assistance package.
We discussed Ukraine’s progress on its European integration path and the priorities of Poland’s six-month… pic.twitter.com/eRLE1BTXUS
Em comunicado posterior, a presidência francesa confirmou que Emmanuel Macron e Donald Tusk vão discutir, em Varsóvia, "a questão do apoio europeu à Ucrânia num novo contexto transatlântico e antes da Presidência polaca do Conselho da União Europeia no primeiro semestre de 2025".
Na mesma sessão parlamentar, Tusk acrescentou que o líder da oposição alemã Friedrich Merz – que lidera as sondagens de opinião antes das eleições em fevereiro – também vai viajar até à Polónia após uma visita a Kiev. “Friedrich Merz manter-me-á informado sobre as suas discussões em Kiev”, disse Tusk, aludindo à recente visita do líder da CDU à Ucrânia.
O primeiro-ministro garantiu estar "em contato constante" com aliados escandinavos e bálticos, "que veem na Polónia e na presidência da Polónia um líder" em iniciativas de construção da paz entre Ucrânia e Rússia.
Os aliados de Kiev têm também decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.