O Governo chinês, pela voz do primeiro-ministro cessante Li Keqiang, estabeleceu este domingo uma meta para o crescimento económico em 2023 marcada pela prudência – “cerca de cinco por cento”. Ao mesmo tempo, lançou as bases para um reforço em 7,2 por cento, para o equivalente a 225 mil milhões de dólares, do orçamento das estruturas militares do colosso asiático. Números aventados aos mais de três mil delegados da Assembleia Nacional Popular reunidos no Grande Salão do Povo, em Pequim.
Impõe-se, nas palavras de Keqiang – enquadradas no contexto da guerra na Ucrânia e do braço-de-ferro entre o Ocidente e a Rússia, a par das tensões sino-americanas por causa de Taiwan -, “intensificar” o treino do Exército, mais concretamente “a preparação para o combate”.A sessão parlamentar anual, que vai decorrer por nove dias em Pequim, vai mandar Xi Jinping, aos 69 anos de idade, para mais cinco na Presidência da China.
Nos últimos dez anos, o Exército Popular da China conheceu uma redução do seu efetivo, no quadro de uma política de modernização, profissionalização das Forças Armadas e otimização de custos. Conta atualmente com 2.035.000 operacionais, entre homens e mulheres, segundo um cálculo do think tank britânico Instituto Internacional para Estudos Estratégicos.
O efetivo inclui 965 mil operacionais nas forças terrestres, 395 mil no domínio aéreo e 260 mil na marinha de guerra. À unidade dos mísseis estratégicos estão atribuídos atualmente 120 mil operacionais. O presidente chinês, Xi Jinping, estabeleceu 2035 como o culminar da modernização militar do país.
Estima-se que a China possua cerca de 350 ogivas nucleares, tendo em conta a estimativa de 2022 do Instituto Internacional de Investigação para a Paz (Sipri), de Estocolmo. Os Estados Unidos possuem 5.428 e a Rússia 5.977. Washington acredita que Pequim quererá dotar-se de 1.500 ogivas até 2035.
Quanto à economia, ao cabo de três anos de abrandamento, por causa da apertada política de restrições pandémicas, Pequim conta agora com “uma retoma sólida”, de acordo com Keqiang. O objetivo para este ano é um crescimento do PIB em “cerca de cinco por cento”, contra três por cento em 2022, ainda assim entre os mais débeis em décadas.
“O desenvolvimento económico da China foi desigual por múltiplos fatores inesperados, tanto no interior do país como no estrangeiro, como a epidemia”, argumentou o ainda primeiro-ministro chinês, que será substituído, a breve trecho, por Li Qiang, figura próxima de Jinping e antigo dirigente do Partido Comunista da China em Xangai.
“Sob a direção forte do Comité Central do Partido, coordenámos eficazmente a prevenção e controlo das epidemias e o desenvolvimento económico e social”, contrapôs Li Keqiang.
c/ agências
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