Prémio Sakharov atribuído à jovem iraniana Mahsa Amini

por Joana Raposo Santos - RTP
A morte de Mahsa Amini originou uma onda de protestos liderados por mulheres no Irão, numa tentativa de combate às leis discriminatórias Clemens Bilan - EPA

O Parlamento Europeu anunciou esta quinta-feira que o Prémio Sakharov foi atribuído a Jina Mahsa Amini, jovem de 22 anos que morreu num hospital de Teerão em setembro do ano passado após ser detida pela "polícia da moralidade" do Irão, por alegadamente usar de forma incorreta o véu islâmico.

O Prémio Sakharov distingue a defesa dos Direitos Humanos. Para além de Amini, o prémio deste ano distinguiu igualmente o movimento "Mulher, Vida, Liberdade" do Irão.

“Dezasseis de setembro de 2022 é um dia que vai viver na infâmia pelo brutal assassínio da jovem de 22 anos Jina Mahsa Amini, que despoletou um movimento liderado por mulheres que está a fazer história”, declarou a presidente do Parlamento Europeu.A decisão foi anunciada durante a sessão plenária do Parlamento Europeu, a decorrer em Estrasburgo, França, após a conferência dos presidentes, que reúne Roberta Metsola e os líderes dos grupos políticos.

Roberta Metsola lembrou que graças a Amini “o mundo teve a hipótese de ter o movimento ‘Mulher, Vida, Liberdade’ – três palavras que se tornaram um grito de todos aqueles que defendem a igualdade, dignidade e liberdade no Irão”.

Por essa razão, “este prémio será o tributo às mulheres corajosas e jovens do Irão, que apesar de estarem sob uma constante pressão estão a liderar a mudança”, vincou.

“O Parlamento Europeu está a ouvir-vos, o mundo está a ver-vos e estamos convosco”, assegurou Metsola.

A jovem curda iraniana Mahsa Amini tinha 22 anos quando, a 13 de setembro de 2022, foi detida pela “polícia da moralidade” em Teerão, por alegadamente infringir as leis do uso do hijab (véu islâmico).

Acabou por morreu num hospital da capital iraniana três dias depois, depois dos abusos físicos que sofreu enquanto estava detida. A sua morte originou uma onda de protestos liderados por mulheres no Irão, numa tentativa de combate às leis discriminatórias.
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