O chefe de Estado moçambicano nomeou hoje Cristóvão Artur Chume e Arsénia Felicidade Félix Massingue para os cargos de ministros da Defesa e do Interior, respetivamente, informou a Presidência da República em comunicado.
Cristóvão Artur Chume vai substituir Jaime Neto, exonerado pelo Presidente moçambicano do cargo de ministro da Defesa na quarta-feira, enquanto Arsénia Felicidade Félix Massingue vai ocupar o cargo de ministra do Interior em substituição de Amade Miquidade, afastado na segunda-feira em despacho presidencial.
Até à data, Cristóvão Artur Chume era comandante do ramo de exército, posto que assumiu em março deste ano, após alterações na estrutura das Forças Armadas de Defesa promovidas pelo chefe de Estado moçambicano.
Além de comandar a Academia Militar entre 2019 e 2020, o novo ministro da Defesa foi também diretor nacional de Política de Defesa, função que desempenhou entre 2011 e 2019.
Por sua vez, a nova ministra do Interior, Arsénia Felicidade Félix Massingue, era comissária-chefe da Migração, tendo estado na lista dos oficiais do Serviço Nacional de Migração que beneficiaram de uma progressão de carreira em novembro de 2020, passando do escalão 1 para 3.
Além de nomear novos ministros da Defesa e do Interior, Filipe Nyusi indicou Constantino Alberto Bacela para o cargo de ministro na Presidência para Assuntos da Casa Civil, substituindo Adelaide Anchia Amurane, exonerada na segunda-feira.
Durante o encerramento dos cursos de formação de sargentos das Forças Armadas de Defesa, na quarta-feira, na província de Maputo, Filipe Nyusi declarou que está em curso um processo de reestruturação das Forças de Defesa e Segurança, visando fortalecer o "núcleo" que vai garantir a "manutenção das vitórias" que Moçambique, com a apoio das forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), tem alcançado no combate a grupos armados em Cabo Delgado, norte do país.
Desde 2017, um dos principais desafios dos setores da Defesa e Segurança em Moçambique é a insurgência armada em Cabo Delgado, com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A ofensiva das tropas governamentais ganhou vigor em julho, com o apoio do Ruanda, a que se juntou depois a SADC, permitindo aumentar a segurança e recuperar várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.