A possibilidade de destituição do Presidente do Brasil está a dividir os brasileiros, com 45% a defender a abertura do processo por parte da câmara dos deputados e 48% a rejeitar a medida, segundo uma sondagem do Instituto Datafolha.
De acordo com o inquérito realizado pelo Instituto Datafolha, que ouviu telefonicamente 1.503 pessoas, 6% desses cidadãos não não souberam responder sobre um eventual processo de destituição contra o chefe de Estado, Jair Bolsonaro.
Contudo, a avaliação da gestão de Jair Bolsonaro mostra-se estável face aos resultados obtidos em dezembro último, sendo que, atualmente, 38% dos inquiridos consideram o seu desempenho como "ruim ou péssimo", 33% avaliam como "bom ou ótimo" e 26% como "regular".
Em dezembro, a percentagem ficou em 36%, 30% e 32%, respetivamente.
Na semana passada, a crise no atual executivo brasileiro ganhou novas proporções, com o ministro da Justiça, Sergio Moro, a anunciar a sua demissão do cargo que ocupava desde janeiro do ano passado, acusando Bolsonaro de estar a fazer "interferência política na Polícia Federal", na sequência da demissão do ex-chefe daquela instituição Maurício Leite Valeixo.
Maioria acredita em Sérgio Moro
Segundo a sondagem do Datafolha, 89% dos inquiridos tomaram conhecimento da saída de Moro do governo. Desse total, 52% consideram que o ex-ministro está a ser verdadeiro nas suas acusações, enquanto que 20% acreditam no Chefe de Estado. Já 6% dizem não acreditar em nenhum dos governantes, 3% defendem que ambos estão certos e 19% não souberam responder.
A margem de erro da sondagem é de três pontos percentuais, indicou o Instituto Datafolha.
Até à última sexta-feira, 29 pedidos de destituição contra Jair Bolsonaro foram entregues na câmara dos deputados, mas apenas um foi apreciado pelo presidente da câmara, a quem compete fazer uma análise inicial das denúncias contra o chefe do Executivo federal, segundo a revista "online" Conjur, especializada em temas jurídicos.