O filho do presidente americano, Joe Biden, acaba de ser considerado culpado de três crimes de que estava acusado em relação a um caso de compra e posse de arma de fogo.
Hunter Biden foi considerado culpado de todos os três crimes de que estava acusado no julgamento que teve lugar num tribunal de Wilmington, no Estado do Delaware. O filho do presidente Biden estava acusado de mentir relativamente à existência de problemas com drogas no momento em que adquiria uma arma de fogo. O caso remonta ao ano de 2018.
O júri considerou que Hunter mentiu a um comerciante de armas, que fez uma declaração falsa no formulário exigido no ato de compra, quando disse não ter problemas com drogas e não ser consumidor de drogas, e ainda ao ter mantido a arma durante 11 dias de forma ilegal.
Face ao veredicto, Hunter Biden enfrenta agora a possibilidade de uma pena até 25 anos de prisão. Mas, sendo esta a moldura penal, não é usual que numa primeira condenação seja essa a decisão dos juízes ou sequer, de acordo com analistas, que venha a ser determinado tempo de prisão efetiva.
Face ao veredicto, Hunter Biden enfrenta agora a possibilidade de uma pena até 25 anos de prisão. Mas, sendo esta a moldura penal, não é usual que numa primeira condenação seja essa a decisão dos juízes ou sequer, de acordo com analistas, que venha a ser determinado tempo de prisão efetiva.
A notoriedade da vida turbulenta do segundo filho de Biden é tudo o que um presidente não precisa em ano de procura da reeleição para a Casa Branca.
No momento em que a questão “justiça” pendia agora ligeiramente para o lado de Biden, com o concorrente crónico, Donald Trump, a ser por seu lado condenado em 34 acusações por um tribunal de Nova Iorque – um caso em que o cenário de prisão efectiva, apesar de altamente improvável, também se coloca se for feita a leitura seca dos livros de Direito –, este embaraço familiar, não o primeiro, que Hunter leva para a vida política do pai acaba por equilibrar os pratos da balança da corrida presidencial, ainda que de forma indireta.
A leitura da sentença, que aconteceu na presença de Jill Biden, segunda mulher de Joe Biden, sublinhou que Hunter “sabia que era um utilizador de crack ou (que era) viciado”.
Hunter Biden remeteu-se ao silêncio e não depôs durante o julgamento e declarou-se inocente. A equipa de defesa garantiu aos jurados que Hunter “tinha deixado de consumir drogas “ no momento da aquisição da arma.
Hunter é um alvo predileto dos republicanos, que vêm no ex-homem de negócios de 54 anos um saco de pancada fácil cujas ondas de choque apenas terminam no presidente. Foi assim com ataques em 2020, ano da primeira eleição de Joe Biden, com os negócios da família na Ucrânia ou na China a saltarem para a agenda do dia. Tudo serve para desgastar a imagem de um Biden cansado e envelhecido.
Após o veredicto, Joe Biden reiterou que iria “respeitar” o curso da justiça, tendo prometido não conceder um indulto presidencial ao filho. “Jill (Biden, a primeira-dama) e eu estaremos sempre lá para Hunter (...). Isso nunca vai mudar”, disse o presidente, repetindo que “amava” o filho e estava “orgulhoso” dele.
Hunter tem atrás de si um passado pesado que partilhou com o irmão mais velho, Beau Biden, morto em 2015 por um cancro no cérebro. Os dois sobreviveram na infância a um acidente de carro em que morreram a mãe e a irmã. Beau era, assim o via Joe Biden, um sério candidato a futuro presidente do país. Advogado de sucesso e veterano do Iraque, era praticamente o negativo de Hunter, dispensado da Marinha em 2014 e remetido para a reserva depois de um controle positivo de cocaína.
Hunter terá assim vivido na sombra do irmão, mas não deixou de afirmar num livro autobiográfico que o pai nunca o deixou cair: “Nunca me abandonou, nunca me ignorou, nunca me julgou”. “Às vezes, a sua perseverança punha-me fora de mim”.
De uma carreira sem brilho como advogado e empresário, Hunter desemboca agora na vida de pintor, mas ainda assim vulnerável aos ataques republicanos naquela que será a arena política mais dura do planeta.