Foram vários os países que contestaram a vontade declarada do presidente norte-americano, Donald Trump, de reconhecer a soberania de Israel sobre os Montes Golã. Entre eles, a Síria, a Rússia, o Irão, a Turquia, o Egito e também a União Europeia.
A Síria, a Rússia, o Irão, a Turquia e o Egito refutaram a posição de Trump.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria, as declarações de Donald Trump reafirmam o “apoio ilimitado” de Washington ao “comportamento agressivo” de Israel. Acrescentou que as declarações do presidente norte-americano foram “irresponsáveis”, mostraram “desprezo” pelo direito internacional e não têm qualquer efeito legal.
O MNE da Rússia alega que uma mudança da soberania dos Montes Golã seria uma violação direta das decisões do Conselho de Segurança da ONU. O Kremlin disse que tem esperança de que o reconhecimento de Trump não seja promulgado.
De acordo com o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, a declaração de Trump é inaceitável.
Por sua vez, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que a afirmação de Trump desestabiliza seriamente o Médio Oriente e prejudica os esforços para encontrar paz na região. Numa reunião com a Organização da Cooperação Islâmica, Erdogan afirmou: “Não podemos permitir a legitimação da ocupação dos Montes Golã”.
Contestação da União Europeia
A União Europeia sublinhou que não reconhece a soberania de Israel sobre as colinas Golã.
“A posição da UE não mudou”, disse uma porta-voz da UE à Reuters. “A União Europeia, de acordo com o direito internacional, não reconhece a soberania de Israel sobre os territórios ocupados desde junho de 1967”.
O MNE francês disse que este reconhecimento viola o direito internacional e, por isso não reconhece a anexação israelita dos Montes Golã.
“Controlados por Israel”
Em fevereiro de 2017, Netanyahu pressionou os Estados Unidos a reconhecerem a soberania de Israel sobre estes territórios. Alguns críticos defendem que as declarações de Trump deram impulso ao primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu na sua campanha de reeleição.
O Governo israelita referiu que não foi avisado com antecedência, tendo descoberto a vontade de Trump através da publicação no Twitter.
No entanto, apesar de a decisão de Trump ter sido inesperada, houve indícios de que iria começar uma mudança nas políticas dos EUA. Pela primeira vez, o Departamento de Estado definiu os Montes de Golã como “controlados por Israel” em vez de “ocupados por Israel”.