Pós-Brexit. Reino Unido define termos para negociações com a UE
As negociações entre o Reino Unido e a União Europeia só devem começar em março, mas o Governo britânico já definiu que quer um acordo comercial semelhante ao do Canadá. Esta segunda-feira, Boris Johnson vai apresentar os seus termos e definir a posição britânica nas negociações pós-Brexit.
"Dizem-nos muitas vezes que devemos escolher entre o acesso total ao mercado da UE, aceitando ao mesmo tempo as suas regras e tribunais à semelhança da Noruega, ou um acordo de livre comércio ambicioso, que abre mercados e evita toda a panóplia de regulamentação da UE, a exemplo do Canadá", vai afirmar o primeiro-ministro britânico, segundo excertos do discurso desta segunda-feira, divulgados antecipadamente.
Boris Johnson deixa claro que, na para si, o Brexit é prova de que a soberania britânica supera a economia.
Até ao fim do ano, o Reino Unido está num período de transição, continuando a ter de respeitar a liberdade de circulação de pessoas e o Tribunal Europeu de Justiça para poder beneficiar do acesso ao mercado único.
Bruxelas tem afirmado que, para ter uma relação económica que inclua capitais, bens e serviços sem quotas nem taxas aduaneiras, o Reino Unido precisa de estar alinhado com as leis europeias ambientais, laborais, fiscais e sobre ajudas estatais.
Contudo, Boris Johnson já evidenciou que não quer seguir as regras europeias.
"Não há necessidade de um acordo de comércio livre que envolva a aceitação das regras da UE em matéria de política de concorrência, subsídios, proteção social, meio ambiente ou algo semelhante, senão a UE deveria ser obrigada a aceitar as regras do Reino Unido", segundo o discurso de Boris Johnson, que será apresentado esta segunda-feira.
"Em ambos os casos, não tenho dúvidas de que a Grã-Bretanha prosperará", dirá Johnson. "E é claro que nosso novo relacionamento com nossos vizinhos mais próximos vai muito além do comércio".
O discurso no qual o primeiro-ministro britânico apresentará a posição do Reino Unido nas negociações com a UE, vai ser dirigido a uma audiência composta por dirigentes de empresas nacionais e internacionais de vários setores, especialistas e embaixadores estrangeiros no país.