Portugal e São Tomé vão cooperar mais na energia e formação técnica

por Lusa

Os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e de São Tomé e Príncipe destacaram hoje a energia e a formação profissional como áreas para reforçar a cooperação, nomeadamente beneficiando do acordo de conversão de dívida.

No final de um encontro para abordar os temas da cooperação bilateral, que marcou o inicio da primeira visita oficial de Paulo Rangel a São Tomé, o ministro português realçou a energia e nomeadamente a energia renovável, "importante para reforçar a autonomia estratégica" do país, e "a formação técnica especializada".

São Tomé "tem todas as condições para vir a ter uma autonomia energética com base nas renováveis no futuro", afirmou o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português.

"Falámos também da formação profissional (...) para preparar os jovens para os desafios que o desenvolvimento económico do país tem", adiantou, realçando que, sendo um país com população maioritariamente jovem, "é evidente que ter uma formação técnica especializada e qualificada é importante".

Portugal "deve ter aqui um papel mais forte nessa cooperação". "É um ponto em que queremos melhorar, a nossa disposição para colaborar com São Tomé", defendeu, em declarações aos jornalistas, no final do encontro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades são-tomense, Gareth Guadalupe, disse que a cooperação de Portugal é já muito relevante e realçou a importância do acordo de conversão da divida de São Tomé a Portugal, assinado em 2023 durante a COP28.

Portugal acordou, nesse âmbito, com Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, em 2023, um alívio com troca da dívida bilateral por investimentos climáticos e sustentáveis no mesmo valor, sendo que o acordo assinado com Cabo Verde prevê 12 milhões de euros e o de São Tomé e Príncipe é de 3,5 milhões de euros.

Cabo Verde tem já projetos identificados e o ministro de São Tomé e Príncipe avançou que vão ser identificados projetos a financiar no âmbito do acordo já "naquilo que tem a ver com o serviço da dívida de São Tomé e Príncipe em 2024 e 2025".

E também aqui, referiu, "ao falar de projetos que possam ser financiados", está-se "a falar da juventude" num país maioritariamente jovem.

Na formação profissional, São Tomé quer "dar muita ênfase" para que os jovens são-tomenses "saiam para Portugal mais qualificados (...) para permitir que eles sejam mais competitivos, mas também para facilitar o processo de integração em Portugal", como noutros países, realçou o ministro são-tomense.

Paulo Rangel vai ainda hoje ter vários encontros e reuniões nesta visita com forte pendente de cooperação, também na defesa, saúde e cultura, e terá audiências com o Presidente da República de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, e é ainda recebido pelo primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada.

Esta visita oficial precede o Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre sexta-feira em São Tomé, pais que preside atualmente à organização.

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