Portugal não vai estar representado na inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém que se realiza esta segunda-feira. Para além de Portugal, dezenas de países, incluindo a maioria dos Estados europeus, vão faltar à cerimónia. Donald Trump decidiu mudar a embaixada em dezembro passado, numa decisão que suscitou críticas da maioria da comunidade internacional.
"Portugal não se fará representar na inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém", marcada para segunda-feira, afirmou a fonte do Palácio das Necessidades. Esta ausência chega depois de Portugal se ter oposto à decisão dos Estados Unidos de transferir a embaixada.
Em dezembro, o ministro português dos Negócios Estrangeiros tinha insistindo que a solução para o conflito passa pela "coexistência" entre Israel e a Palestina.
"O Governo português ficará extremamente feliz no dia em que puder reconhecer Jerusalém como a capital do Estado de Israel, transferindo a sua representação diplomática em Israel de Telavive para Jerusalém, porque esse será o exato dia em que Portugal poderá reconhecer Jerusalém como capital do Estado da Palestina e transferir a sua representação diplomática na Palestina de Ramallah para Jerusalém Oriental", declarou Augusto Santos Silva na altura.
Já este domingo, o governo israelita organizou uma cerimónia que assinala a transferência da embaixada norte-americana. O primeiro-ministro desafiou os diplomatas estrangeiros a seguirem o exemplo norte-americano e transferirem as suas embaixadas para Jerusalém.
Dezenas de países, incluindo a maioria dos europeus, também não marcaram presença por não concordarem com a mudança da embaixada de Telavive para Jerusalém, que rompe o consenso da comunidade internacional. Entre os países ausentes encontram-se Espanha, Reino Unido, França e Itália.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a mudança da embaixada em dezembro, quando reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, suscitando críticas da maioria da comunidade internacional e a ira dos palestinianos. Estes reivindicam Jerusalém oriental, ocupado em 1967 e posteriormente anexado por Israel, como a capital de um desejado Estado da Palestina.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e a delegação norte-americana que foi enviada para a inauguração marcaram presença na gala deste domingo. Esta delegação inclui a filha do Presidente dos Estados Unidos, Ivanka Trump, e seu marido e assessor presidencial Jared Kushner.
A inauguração da embaixada acontece no dia em que o Estado de Israel cumpre 70 anos de existência. A sua criação está na origem do conflito israelo-árabe que continua por resolver.
c/ Lusa