Uma explosão levou este sábado ao colapso de um segmento da ponte que liga a Rússia continental à Península da Crimeia e provocou pelo menos três mortos. Imagens recolhidas no local mostram um comboio-cisterna consumido por chamas. As autoridades russas anunciaram entretanto a abertura de um inquérito criminal.
Moscovo alega que o incêndio que envolveu parte da ponte do Estreito de Kerch foi causado pela explosão de um camião. As chamas foram apagadas com recurso a um helicóptero.
"Hoje, às 6h07 (4h07 em Lisboa), na parte de circulação da ponte da Crimeia, teve lugar uma explosão de uma viatura armadilhada, que deu origem ao incêndio em sete cisternas ferroviárias que se dirigiam à Crimeia", descreveu o Comité de Investigação da Rússia, citado pelas agências do país.Trata-se de uma infraestrutura-chave que a Rússia
construiu depois de ter ocupado e anexado a Crimeia em 2014,
em violação do Direito Internacional e da soberania territorial ucraniana.
"Duas vias de circulação desabaram parcialmente", acrescentou a mesma entidade.
O Comité de Investigação adiantou que foram encontrados os corpos de pelo menos três pessoas: "Seriam passageiros de um carro que estava perto do camião que explodiu".
O veículo pesado estaria registado na região de Krasnodar, no sul da Rússia. A casa do proprietário foi já alvo de buscas.
Um assessor presidencial ucraniano publicou uma mensagem no Twitter na qual considera a explosão e o incêndio na ponte um "começo", sem reivindicar diretamente a responsabilidade ucraniana.
Crimea, the bridge, the beginning. Everything illegal must be destroyed, everything stolen must be returned to Ukraine, everything occupied by Russia must be expelled. pic.twitter.com/yUiSwOLlDP
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) October 8, 2022
A reação ucraniana mereceu fortes críticas por parte da diplomacia de Moscovo, que se referiu aos acontecimentos deste sábado como uma alegada demonstração da "natureza terrorista" do Governo de Kiev.
"A reação do regime de Kiev sobre os danos a uma infraestrutura civil demonstra a sua natureza terrorista", afirmou Maria Zakharova, porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros.
A explosão na ponte entre a Rússia e a Crimeia ocorreu horas depois de a cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, ter sido atingida por nova vaga de bombardeamentos atribuídos à Rússia. O autarca da cidade, Ihor Terekhov, indicou na plataforma de mensagens Telegram que ataques de mísseis visaram o centro urbano.
c/ agências