Polícias do GOE sem entrada em Caracas deixam Governo em silêncio

por Mário Aleixo - RTP
Os elementos dos GOE foram impedidos de desembarcar em Caracas Juan Carlos Ulate - Reuters

O Governo português escusa-se, por agora, a comentar o caso dos operacionais do Grupo de Operações Especiais da PSP impedidos de entrar na Venezuela. A resposta foi dada à Antena 1 através do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

"Não há qualquer comentário a fazer", respondeu à rádio pública o gabinete do ministro Augusto Santos Silva. A Antena 1 pediu também uma reação ao Ministério da Administração Interna, que tutela a PSP. Mas não obteve, até ao momento, qualquer resposta.Portugal foi um dos países europeus que reconheceram a presidência interina de Juan Guaidó, gesto que levou o Governo de Maduro a prometer rever as relações com todas estas capitais.


Os elementos do GOE com a missão de garantir a segurança da embaixada e do consulado de Portugal em Caracas foram travados à chegada a solo venezuelano. As autoridades não deixaram descarregar as malas diplomáticas carregadas com equipamento para a operação.

O Falcon 50 da Força Aérea que transportava os oito operacionais do GOE aterrou na tarde de domingo numa base nas imediações da capital venezuelana.

As malas diplomáticas continham armas, capacetes, coletes à prova de bala e outros equipamentos, segundo apurou o enviado especial da RTP a Caracas, Hélder Silva.

Durante as 12 horas de intervalo entre a aterragem e descolagem, ditadas pelo protocolo de voo, decorreram intensas negociações diplomáticas, que não permitiram desbloquear a situação. Perante a posição das autoridades venezuelanas, os elementos do GOE regressaram a Lisboa ainda na segunda-feira.

Entretanto, também na capital venezuela, a Assembleia Nacional pediu a Portugal para proteger os ativos da Venezuela na banca portuguesa, como conta o jornalista da Antena 1 Mário Galego.

A decisão tomada pelo grupo de Lima já mereceu uma reação por parte do Presidente venezuelano. Segundo a agência France Presse, Nicolás Maduro considera o apelo do grupo de Lima "repugnante".

O Presidente venezuelano não dá qualquer sinal de cedência e anunciou uma recolha de assinaturas para exigir aos Estados Unidos que acabem com as ameaças contra o seu Governo - uma iniciativa que vai acontecer em quartéis e escolas do país.
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